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Ministério da Cultura lançará editais para produção cultural realizada por negros
Eloi Ferreira de Araujo e Ministra Marta Suplicy em visita à Fundação Cultural Palmares
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, lançará editais com a temática afrodescendente condicionando a produção e criação a produtores e criadores negros. O objetivo é estabelecer novo paradigma em que a cultura, em todas as linguagens apoiadas pelo Ministério da Cultura (MinC), tenha protagonismo dos negros.
“É uma justa reivindicação da comunidade negra”, diz a ministra, que, na última segunda-feira (1º), em São Paulo, ouviu, entre as manifestações dos produtores da cultura digital, o desabafo de que a cultura negra é apoiada pelo MinC, mas não é realizada por produtores e criadores negros.
Na quinta-feira (4), em reunião em seu gabinete, com a ministra de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, a ministra Marta aprofundou a questão. E determinou aos presidentes da Funarte, Antonio Grassi, da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Galeno Amorim, e a secretária do Audiovisual, Ana Paula Santana, que apresentem, até a próxima semana, editais a serem lançados no dia 20 de novembro – Dia da Consciência Negra.
“Com muita honra, vamos lançar os editais, e apoiar e incentivar a produção da cultura negra por quem é negro”, disse a ministra.
Numa ação conjunta da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural e FBN, serão mapeados os pontos de cultura que podem ter por foco a literatura negra. A FBN também vai fazer uma pesquisa sobre hábitos de leitura da população negra.
O presidente da Fundação Cultural Palmares, Eloi Ferreira de Araujo, destacou que esta é a maior ação já realizada pelo Estado na história do país, no campo da cultura negra. “É um grande avanço que traz as ações afirmativas, na forma preconizada no Estatuto da Igualdade Racial. É o reconhecimento da valorosa contribuição de milhares de artistas, autores, criadores, produtores, e de toda uma cadeia produtiva cultural de negras e negros”.
Eloi afirma ainda a importância do edital como um instrumento de combate ao racismo e a discriminação. “Estamos vivendo um momento histórico nestes 124 anos do fim da escravidão. Vamos em frente. É preciso mais iniciativas para reparar os efeitos odiosos da escravidão de africanos e de seus descendentes por quase quatro séculos”, ressalta.
Fonte: Ascom/Minc