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MinC destina mais recursos para a cultura negra
A ministra da Cultura Marta Suplicy defendeu, durante lançamento do Prêmio de Culturas Afro-Brasileiras, na manhã desta terça-feira (7/10), em Goiânia (GO), um olhar mais atento do Ministério da Cultura (MinC) para grupos geralmente considerados excluídos, como é o caso da população negra. O prêmio visa reconhecer e apoiar iniciativas culturais realizadas por comunidades quilombolas, religiosas de matriz africana e coletivos negros.
Com inscrições abertas até 6 de novembro, interessados irão concorrer a 60 prêmios no valor total de R$ 2,4 milhões. “Desde que cheguei ao ministério, há uma preocupação, que tem se transformado em ações, de dar um olhar mais atento para grupos geralmente excluídos como as comunidades afrodescendentes, LGBT, ciganos, índios e mulheres”, afirmou a ministra. Ela enfatizou a importância do edital lançado em Goiás, específico para a comunidade quilombola, povos tradicionais de matriz africana e coletivos de cultura negra . “Achamos que esse será o coroamento da comunidade afrodescendente, já que vamos ter atingido diferentes áreas da cultura. A identidade de uma nação se faz com a cultura e a participação da cultura negra no Brasil”, completou.
Marta Suplicy lembrou ainda que existe um esforço no governo para tornar os editais mais simples. “Há um grupo trabalhando para fazer algo unificado e que realmente torne o processo mais fácil. Para isso, também estamos realizando oficinas pelo Brasil, para que as pessoas tenham a informação das ações do ministério e para ajudar os interessados a se inscreverem e a preencherem os formulários”, comentou.
Prêmio de Culturas Afro – concurso premiará atividades nas áreas de literatura, música, artes plásticas e cênicas e, dessa forma, pretende facilitar o acesso de comunidades de expressão afro-brasileira aos mecanismos de fomento à cultura. Representa também uma forma de cumprir as diretrizes do Plano Plurianual do Governo Federal e do Plano Nacional de Cultura.
A premiação está dividida em três categorias: Iniciativa Cultural Quilombola; Iniciativa Cultural de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e Iniciativa Cultural de Coletivos Culturais Negros. Estão aptas a participar pessoas físicas e jurídicas que realizam atividades culturais voltadas para comunidades ou expressões quilombolas ou ambas, de povos e comunidades de matriz africana e outros bens culturais afro-brasileiros. A iniciativa é uma parceria entre a Fundação Cultural Palmares (FCP) e a Secretaria da Cidadania de Diversidade Cultural do Ministério da Cultura. Em Goiás, há registro de 28 comunidades quilombolas.
Para o presidente da FCP/MinC, Hilton Cobra, a ideia é que a partir desse Prêmio os coletivos negros, comunidades de terreiro e quilombolas que desenvolvam ações para a preservação e difusão da cultura negra possam se tornar Pontos de Cultura e integrar uma rede dedicada ao tema. “Não é possível uma país rico, desenvolvido, sem que suas matrizes culturais estejam preservadas”, disse.
Cultura negra viva em Goiás – Durante a solenidade, a apresentação do grupo de dança Comunidade Quilombola João Borges Vieira animou a plateia. Além disso, o grupo Visual Ilê e o grupo de Capoeira Só Angola e Mestre Passo Preto interpretaram o Hino Nacional. Mais de 50 representantes da cultura afro de Goiás participaram da cerimônia de lançamento do edital.
O evento também contou com a participação do prefeito de Goiânia, Paulo Siqueira Garcia, e da secretária municipal de políticas para a promoção de igualdade racial, Ana Rita Marcelo de Castro. “Na última década, o Brasil tem reconhecido a presença e importância da comunidade negra. As políticas afirmativas são armas importantes para ultrapassar a barreira do preconceito e promover a desconstrução de uma sociedade racista, patriarcal e homofóbica”, afirmou Ana Rita de Castro.
MinC e Cultura Negra – Além desta iniciativa, outras três também estão destinadas ao fomento e promoção da cultura negra: a 3ª Edição do Prêmio Expressões Populares Afro-brasileiras, desenvolvido pela Petrobras, Cadon em Parceria com a FCP-MinC; o Prêmio Cultura Hip Hop e a Bolsa Funarte para Artistas Negros. Juntos, os certames somam R$ 10 milhões. A SaV (Secretaria de Audiovisual do MinC) também prepara um edital específico para produção audiovisual negra.
Fonte: Com informações do Ministério da Cultura