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Mandela celebra 94 anos de vida, 70 de ativismo pela paz
Por Daiane Souza
Marco na história das lutas pela paz mundial, Nelson Mandela celebra, nesta quarta-feira (18), seu 94° aniversário. O pacifista que mudou a realidade da África do Sul combatendo o Apartheid comemora ainda 70 anos de militância pela liberdade e contra o racismo. Por sua relevância no cenário mundial, Mandela teve a data de seu nascimento instituída Dia Internacional de Nelson Mandela, pela Organização das Nações Unidas (ONU) , em 2010.
Na data, a ONU convida a todos os cidadãos do mundo a dedicarem 70 minutos a causas sociais. O número de minutos corresponde a um por ano destinado pelo líder sul-africano à luta pela igualdade racial. Madiba, como é conhecido Mandela em sua etnia, passará o dia acompanhado de sua família em Qunu, localidade onde viveu a infância e para a qual retornou em maio. De lá, ele acompanha a celebração de seu aniversário que acontece em toda a África do Sul e em países com populações negras.
Em seu país, o Centro da Memória de Nelson Mandela contabilizou cerca de 80 eventos organizados para homenagear o líder. A celebração começou com 20 milhões de sul-africanos em diversas localidades do país entoando uma canção de aniversário. Ao longo do dia, os eventos seguem desde a recuperação de escolas e a construção de casas, até uma expedição ao Kilimanjaro, o monte mais alto da África com 5.895 metros.
Pai da Pátria – As manifestações lideradas por Mandela contra o regime de segregação racial sul-africano no final da década de 1940 o levaram à prisão perpétua, por sabotagem contra militares e o governo, e por planejar guerrilha contra o Apartheid. Da prisão, manteve vivo o desejo de que negros e brancos tivessem direitos iguais em seu país. Tornou símbolo da oposição ao regime e lema de campanhas em vários países.
Por pressão mundial e dos próprios sul-africanos foi libertado aos 72 anos de idade, em 1990. Após vencer as primeiras eleições multirraciais da África do Sul, em 1994, Mandela tornou-se o primeiro presidente negro do país, o que o levou a ser considerado o “pai da pátria” pelos sul-africanos.
Seu ideal de reconciliação e convivência entre as diferentes raças possibilitou a transição da África do Sul rumo à democracia, ativismo que lhe valeu o Prêmio Nobel da Paz. Sua experiência de luta, sua postura no período de transição e seu claro objetivo de operar a reconciliação nacional o levaram a desempenhar, até a atualidade, o importante papel de apaziguador de tensões e conflitos no mundo.