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Mais de 10.000 pessoas celebram Zumbi e a Consciência Negra em Brasília
As cantoras Elza Soares e Sandra de Sá agitaram a noite do último sábado (24), nos shows da programação da Semana da Consciência Negra – Cultura, Resistência e Celebração promovidos pela Fundação Cultural Palmares (FCP) e Secretaria da Promoção da Igualdade Racial do Distrito Federal (SEPPIR/DF), na área externa do Museu Nacional, em Brasília.
Aproximadamente 5.000 pessoas cantaram e dançaram ao som de canções como Negro Gato, A Carne, Olhos Coloridos e Mundo Negro. Com elegância, Elza Soares se apresentou sentada por se encontrar em recuperação devido a uma cirurgia na coluna e ainda assim manteve o público no ritmo por mais de uma hora de show. Já Sandra, com muita energia não deixou de dançar nem mesmo com o pedestal do microfone.
No momento auge de sua apresentação, a cantora desceu do palco e caminhou no meio do público enquanto entoava o refrão “Você ri da minha roupa, você ri do meu cabelo, você ri da minha pele, você ri do meu sorriso…”. Nesse momento o público respondia também cantando “a verdade é que você, (Todo brasileiro tem!) tem sangue crioulo, tem cabelo duro, sarará, sarará, sarará crioulo…”, como uma forma de autoafirmação.
Outras atrações musicais do evento foram as bandas Funkeado, Congo Nya e Sistema Criolina. No domingo (25), a banda carioca de reggae Cidade Negra reuniu cerca de 7.000 pessoas no Parque da Cidade – Sarah Kubitschek.
De acordo com o presidente da Fundação Cultural Palmares, Eloi Ferreira de Araujo, o evento cumpriu papel que foi além de homenagear a história de luta de Zumbi dos Palmares, primeiro líder social-democrata do país. “Celebramos ao líder e comemoramos os avanços do Brasil na construção da igualdade, mas ainda existe um longo caminho para a real igualdade entre os brasileiros”, alerta para a luta que deve ser contínua.
Celebração à Zumbi – A agenda de eventos do sábado teve início com exposições de fotografias, de publicações da FCP e de peças de terreiros. Os registros do fotojornalista, Luis Alves, compuseram a mostra Ìmó Dudú com cenas de cotidiano e ritos do Candomblé. De acordo com ele, a proposta da exposição é utilizar a fotografia como instrumento de luta contra a intolerância religiosa e racial.
O Grupo Cultural Asé Dudu apresentou com tambores ritmos afro percussivos que aproximaram o público dos espaços onde aconteceriam os grandes shows. Um ato religioso com comunidades de terreiros de candomblé oficializou a abertura do evento com saudações aos orixás. Os religiosos de matriz africana chegaram ao ponto do evento após comporem cortejo acompanhados do grupo Menino de Ceilândia – de frevo e bonecos gigantes – que saíram da Rodoviária do Plano Piloto.