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Mais 36 comunidades quilombolas são certificadas no país
A Fundação Cultural Palmares alcançou esta semana a marca de 1.342 comunidades remanescentes de quilombos oficialmente certificadas
Na última terça-feira, 05 de maio, a Fundação Cultural Palmares (FCP) publicou no Diário Oficial da União a Portaria nº 43, registrando e certificando mais 36 comunidades como remanescentes de quilombo. Do total, 13 comunidades são da Bahia; 5 do Maranhão; 3 de Santa Catarina e Rio Grande do Sul; 2 de Goiás, Minas Gerais e Piauí. Já Alagoas, Ceará, Mato Grosso, Paraíba, Rio Grande do Norte e Tocantins tiveram uma comunidade reconhecida em cada Estado.
A certificação ocorreu conforme as declarações de auto-reconhecimento de cada comunidade, respeitando o decreto nº 4.887/2003 e a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre os povos indígenas e tribais.
Na seqüência, o processo segue para o Incra, onde será elaborado o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) das comunidades. Depois do reconhecimento, segue a etapa de desintrusão, na qual são identificados os imóveis rurais dentro do perímetro da comunidade quilombola. Nesta fase, os imóveis particulares são desapropriados e as famílias não-quilombolas que se enquadrarem no Plano Nacional de Reforma Agrária serão reassentadas pelo Incra.
A quarta e última fase é a titulação, na qual a comunidade quilombola recebe um único título correspondente à área total.
A Fundação Cultural Palmares é responsável por promover políticas públicas voltadas para a população negra, visando à preservação de seus valores culturais, sociais e econômicos e, ainda, pela promoção e apoio de pesquisas e estudos relativos à história e à cultura dos povos negros e pela inclusão dos afro-brasileiros no processo de desenvolvimento.
A certificação de comunidades remanescentes de quilombos pela Fundação Cultural Palmares teve início com a aprovação do decreto nº 4.887/2003, que visa garantir a essas comunidades a posse da terra e o acesso a serviços de saúde, educação e saneamento.
Para que isso ocorra, o grupo deve se auto-reconhecer como comunidade remanescente de quilombo. Após receber a declaração de auto-reconhecimento por escrito, a Fundação Palmares inscreve a comunidade no Cadastro Geral e expede a certidão de auto-reconhecimento.
A certificação é de extrema importância, uma vez que ela é o primeiro passo para a regularização fundiária das comunidades, além de viabilizar a participação dos quilombolas em ações de políticas públicas do governo federal, como o bolsa família, Fome Zero, Luz para Todos, além dos programas de habitação e saúde da família.
Além do decreto 4.887/03, a Constituição Federal brasileira também reconhece às comunidades remanescentes de quilombo o direito à propriedade de suas terras por meio do artigo 216; e dentro do ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias), pelo artigo 68.
Clique abaixo quais comunidades foram certificadas:
Comunidades |
Município/Estado |
Vila Santo Antônio |
Palestina/Alagoas |
Alto da Boa Vista |
Abaira/Bahia |
Assento |
Abaira/Bahia |
São Braz |
Santo Amaro/Bahia |
Capão |
Ibitiara/Bahia |
Santo Inácio |
Ibiassucê/Bahia |
Gaioso |
Araçás /Bahia |
Vila Velha do Jequiriçá |
Valença/Bahia |
Arueira |
Valença/Bahia |
Buraco Azul |
Valença/Bahia |
Jaqueira |
Valença/Bahia |
Sapé Grande |
Valença/Bahia |
Buri |
Maragojipe/Bahia |
Torrinha |
Barra/Bahia |
Sítio Arruda |
Araripe/CE |
Oiteiro dos Nogueiras |
Itapecuru Mirim/Maranhão |
Centro dos Cruz/Bela Vista |
São Luis Gonzaga do Maranhão/ MA |
Fazenda Conceição |
São Luis Gonzaga do Maranhão/MA |
Santa Rosa |
São Luis Gonzaga do Maranhão/MA |
Estiva dos Mafras |
Mirinzal/Maranhão |
Serra Feia |
Cacimbas/Paraíba |
Tranqueira |
Valença do Piauí/PI |
Saco do Curtume |
São João do Piauí/PI |
Gameleira de Baixo |
São Tomé/Rio Grande do Norte |
José de Coleto |
Colinas do Sul/Goiás |
Vó Rita |
Trindade/Goiás |
Barro Preto Serra do Cambam Bi |
Chapada dos Guimarães/Mato Grosso |
Mata Grande |
Monte do Carmo/Tocantins |
Marobá dos Teixeira |
Almenara/Minas Gerais |
Santo Antônio do Guiné |
Piranga/Minas Gerais |
Famílias de Três Forquilhas |
Três Forquilhas/Rio Grande do Sul |
Potreiro Grande |
Canguçu/ Rio Grande do Sul |
Passo do Lourenço |
Canguçu/ Rio Grande do Sul |
Morro do Boi |
Balneário Camboriú/Santa Catarina |
Tabuleiro |
Santo Amaro da Imperatriz/ Santa Catarina |
Família Thomaz |
Criciúma/ Santa Catarina |
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Total de novas comunidades certificadas: 36
Marcus Bennett – Assecom/FCP/MinC