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Lista de Personalidades Negras – Antônio Firmino Monteiro
Antônio Firmino Monteiro (Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 1855 — Niterói, 3 de julho de 1888) Artista negro, de origem modesta, pintor brasileiro do século XIX especializado em paisagens e cenas pitorescas do Rio de Janeiro da segunda metade do século XIX.
Menino pobre, desde cedo foi obrigado a trabalhar para auxiliar no sustento seu e da família como caixeiro, encadernador e tipógrafo. Assim seus estudos de arte tiveram um início tardio. Em 1870 ingressou na Academia Imperial de Bellas Artes (AIBA), onde teve como professores grandes pintores como Pádua e Castro, Agostinho José da Mota, Zeferino da Costa e o grande Victor Meireles. Desenho e Pintura de História foram as disciplinas que mais lhe chamaram a atenção e essa última que iria determinar a temática de suas produções, posteriormente.
O artista fez sua estreia em 1879, participando da Exposição Geral de Belas Artes, onde apresentou a tela “Exéquias de Camorim”. A paisagem histórica, inspirada no poema “A Confederação de Tamoios” (1856), de Gonçalves de Magalhães, retrata o funeral de um índio morto por caçadores de escravos. Ainda estudante, não recebeu a atenção da crítica, que só tinham olhos para as telas de Pedro Américo e Victor Meirelles.
Nos anos seguintes Firmino Monteiro participou de uma série de exposições particulares fora do círculo oficial Acadêmico, até o fim de 1881, quando retorna aos salões oficiais na Exposição Industrial. Nela o pintor reapresentou “Exéquias de Camorim” e apresentou uma paisagem da Praia Grande, encerrando o ano de 1881 com certo reconhecimento da crítica. Numa notícia jornalística o artista é avaliado como “um dos pintores jovens que mais e melhor tem produzido”. Tal avaliação estava relacionada ao quadro “Fundação da Cidade do Rio de Janeiro” (1881), que estava no ateliê do pintor durante visita do avaliador. Vista pela primeira vez no ateliê do próprio artista e, pelo sucesso alcançado, acabou sendo destaque na Exposição Typografica (1882), onde apresentou mais duas paisagens. Ao longo de todo o ano, participou de diversos eventos e esteve bem avaliado nas páginas da crítica.
Em 1883, em sua ida a Europa, produziu telas que refletiam o desejo por aprimorar a técnica de paisagem e pintura histórica, sendo a França o palco dessa prática. Em 1884, de volta ao Brasil, participou novamente da Exposição Geral de Belas Artes, um dos grandes marcos de sua carreira, participando com dezoito paisagens e cinco pinturas históricas, as quais lhe renderam o título de Cavaleiro da Ordem da Rosa, concedida pelo imperador Dom Pedro II. Em 1885, retorna à Europa onde teve contato com Henrique Bernardelli e Angelo Agostini, que tiveram certa influência em sua formação intelectual. Após retornar da Europa, (fato sem precisa), torna-se professor no Liceu de Artes e Ofícios da Bahia, criando o curso de Perspectiva.
O último registro de atividade do pintor é de 1887, como integrante da comissão da Exposição Geral de Belas Artes. Seu nome só voltaria a aparecer em 04 de julho de 1888, da notícia do seu falecimento. Firmino morreu aos 33 anos, sem atingir seu ápice como artista, mas tornando-se um dos mais importantes pintores negros de nossa história, ao lado de artistas plásticos como Aleijadinho, Estevão Silva, Rafael Pinto Bandeira, entre outros.