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Jovens quilombolas visitam a Palmares e pedem apoio para Encontro
Brasília, 20/12 – Devido à ausência de políticas públicas enérgicas que atendam as reais necessidades das comunidades quilombolas, crianças e jovens de comunidades remanescentes de quilombos visitaram a Fundação Cultural Palmares e pediram apoio para a realização do I Encontro Nacional de Crianças, Adolescentes e Jovens Quilombolas – o “Quilombinho”.
Dezenas de jovens moradores de comunidades quilombolas de dez estados brasileiros estiveram na Fundação Palmares na tarde de quarta-feira (20/12) apresentando suas propostas para o encontro que acontecerá ano que vem, no Rio de Janeiro, entre os dias 06 e 09 de maio.
O Quilombinho é uma das ações do projeto ZANAUANDÊ (criança muito esperada) – que tem como objetivo dar visibilidade à educação, saúde e cultura das crianças quilombolas, além de consolidar as políticas púbicas para este segmento.
O evento reunirá 200 jovens quilombolas entre 7 e 18 anos e será uma construção de idéias e pensamentos voltados para o desenvolvimento e melhoria das condições de vida da população quilombola, em especial das crianças e adolescentes, integrantes essenciais para a renovação e continuação das culturas e tradições quilombolas.
Na visita, os adolescentes expuseram a importância do “Quilombinho”, mostrando que é uma forma de fortalecer a capacidade das crianças, adolescentes e jovens quilombolas para atuarem na construção e garantia de seus direitos de forma autônoma e consolidada na educação, além de tratar sobre temas de identidade, diversidade e cidadania quilombola. O encontro tratará também, da cultura, dos valores e da dimensão do ser criança, proporcionando atividades por meio de oficinas, mostras, debates e produção cultural. Mas o mais importante, é ouvir e receber as sugestões dos jovens em relação às políticas públicas específicas, para que sejam implantadas melhorias nas condições de vida dos quilombos.
A diretora substituta da Diretoria de Proteção do Patrimônio Afro-brasileiro, Miriam Caetana de Souza Ferreira, acolheu com entusiasmo o projeto Quilombinho e se comprometeu a colaborar e passar todas as propostas apresentadas ao presidente da Fundação Palmares, professor Ubiratan de Araújo. “É inadmissível a não-participação da Palmares, por toda a missão e obrigação que tem com a população negra”, diz a diretora. Já que a Fundação tem dentre seus objetivos resgatar a cultura e preservar as comunidades remanescentes de quilombos. E finaliza, “vamos tentar apoiar da melhor forma possível”.
Por ser um evento que preserva e resgata os direitos universais das crianças, conta também com o apoio da UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância – que entende como essencial tal empreendimento, “pois a juventude tem menos representação, são poucas as iniciativas que amparam o direito ao convívio com as próprias famílias. Esses jovens têm pouco acesso às políticas sociais e é essencial esse diálogo e o mais importante, a representação é feita pelos próprios jovens em busca do desenvolvimento dessas políticas públicas. Por isso, temos o dever de contribuir e dar visibilidade ao projeto”, nos explica o representante da Organização, Gilbet Scharnik.
Além da Unicef, apóiam o projeto, a SEPPIR – Secretaria Especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial; a CONAQ – Coordenação Nacional de Articulação de Comunidades Rurais Negras Quilombolas; IIDaC – Instituto Internacional para o Desenvolvimento da Cidadania; CONANDA – Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e Adolescentes e a SEDH – Secretaria Especial dos Direitos Humanos.