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IV COPENE: Estudantes da UFMG têm nova proposta de ensino da língua inglesa
Salvador, 15/9/06 – O ensino de uma língua estrangeira associada a uma reflexão crítica de temas sociais, em especial o racismo e a luta negra pela igualdade de oportunidades e direitos é a proposta das graduandas da Universidade Federal de Minas Gerais UFMG), Ane Caroline Ribeiro e Gedey Aparecida Pimenta. As estudantes fazem parte do programa de Ações Afirmativas da UFMG e participaram nesta tarde (14.9) do IV Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros (IV COPENE), apresentando uma pesquisa que realizam sob orientação da professora doutora em Lingüística, Mirim Jorge. O objetivo da pesquisa é desenvolver um método de ensino de inglês que possibilite discussões sobre o racismo e suas conseqüências, através da utilização de textos e áudio de documentos importantes como, por exemplo, os discursos do ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, como suporte para debates em sala de aula.
“O que pretendemos é estimular o ensino do inglês, contando a história do negro, através de visões valorativas, com exemplos positivos, como a luta de Nelson Mandela na África do Sul”, explicam as estudantes. Ainda em fase de produção do material didático, as pesquisadores temem a resistência de professores em adotar esse conteúdo. “Há uma resistência ideológica dos docentes que se consideram meros professores de uma língua e não educadores, capazes de difundir diversas mensagens importantes como a cultura de paz e a luta contra o racismo”, analisou a Professora Mirim Jorge.
A lingüista falou da sua experiência quando acompanhou, como visitante convidada, as pesquisa do Black Studies (Estudos Negros) da Universidade da Califórnia – Santa Bárbara (EUA). “Nas discussões sobre diversidade, percebi a submissão do Brasil no ensino de língua estrangeira, sempre preso a um padrão internacional. Ao voltar ao Brasil, senti a necessidade de desenvolver um método nosso, mais brasileiro”, completa.
Entrevista: Repórter André Santana (de vermelho) entrevista as estudantes da UFMG
O Programa de Ações da UFMG é coordenado pela professora doutora Nilma Lino, presidente da Associação Brasileiro de Pesquisadores Negros (ABPN). Como ainda não há sistema de cotas na universidade, o Programa atua no apoio à permanência dos estudantes afro-descendentes que conseguem entrar na UFMG, com bolsa e estímulo à pesquisa científica. Mais informações sobre o Programa de Ações Afirmativas da UFMG e da pesquisa desenvolvida pelas graduandas Ane Caroline Ribeiro e Gedey Aparecida Pimenta no site: www.acoesafirmativas.ufmg.br