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IV COPENE: Conferencista norte-americana aborda auto-afirmação do negro e valorização da herança africana
Publicado em
18/09/2006 17h00
Atualizado em
06/06/2024 09h46
Salvador, 16/9/06 – Além de pesquisadores dos diversos estados do Brasil, o IV Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros (IV COPENE) contou com a presença de convidados internacionais como a Ph.D em Educação e Professora da Spelman College de Atlanta (Geórgia/EUA), Joyce Elaine King. A pesquisadora proferiu palestra nesta sábado (16/9), na Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA) sobre a auto-afirmação dos negros e a valorização da herança africana como forma de resistência ao domínio da consciência dos povos descendentes da África.
Joyce Elaine King dividiu suas observações em três aspectos considerados fundamentais: a alfabetização diaspórica; a herança do conhecimento e o estudo crítico do que é ser negro. Para a pesquisadora, a educação diaspórica deve ser um aspecto estruturante na formação da sociedade, pois dimensiona o negro, dando subsídios de auto-afirmação de valores que se perderam ao longo do processo discriminatório por parte da hegemonia branca. Joyce King destacou alguns elementos de resistência como a espiritualidade negra que foi fundamental em toda os lugares da diáspora e do papel da mulher na estrutura religiosa, citando o exemplo de sacerdotisas.
Outro aspecto discutido por Joyce King foi a língua, uma ferramenta constante de dominação. “Por falarmos inglês, pensamos que somos universais, que estamos no centro de tudo”. Ela citou exemplo de preconceitos lingüísticos como os que ocorrem no Brasil. “Soube que aqui há o termo ‘dia de branco’. Práticas como essas devem ser abolidas no processo de educação”.
É essa a contribuição dos pesquisadores negros na descoberta das formas de dominação e no resgate de outras práticas baseadas nos conhecimentos ancestrais dos povos africanos e no estabelecimento de um novo lugar de respeito para o nosso saber, diante dos preconceitos da Academia. “A estrutura da universidade cria uma cultura de alienação. É como se tivéssemos que nos transformar em outras pessoas. Quantas outras descobertas precisaremos fazer para libertar nossa consciência tão massacrada pela ferramenta poderosa da dominação”, questionou a pesquisadora afro norte-americana.
Joyce Elaine King dividiu suas observações em três aspectos considerados fundamentais: a alfabetização diaspórica; a herança do conhecimento e o estudo crítico do que é ser negro. Para a pesquisadora, a educação diaspórica deve ser um aspecto estruturante na formação da sociedade, pois dimensiona o negro, dando subsídios de auto-afirmação de valores que se perderam ao longo do processo discriminatório por parte da hegemonia branca. Joyce King destacou alguns elementos de resistência como a espiritualidade negra que foi fundamental em toda os lugares da diáspora e do papel da mulher na estrutura religiosa, citando o exemplo de sacerdotisas.
Outro aspecto discutido por Joyce King foi a língua, uma ferramenta constante de dominação. “Por falarmos inglês, pensamos que somos universais, que estamos no centro de tudo”. Ela citou exemplo de preconceitos lingüísticos como os que ocorrem no Brasil. “Soube que aqui há o termo ‘dia de branco’. Práticas como essas devem ser abolidas no processo de educação”.
É essa a contribuição dos pesquisadores negros na descoberta das formas de dominação e no resgate de outras práticas baseadas nos conhecimentos ancestrais dos povos africanos e no estabelecimento de um novo lugar de respeito para o nosso saber, diante dos preconceitos da Academia. “A estrutura da universidade cria uma cultura de alienação. É como se tivéssemos que nos transformar em outras pessoas. Quantas outras descobertas precisaremos fazer para libertar nossa consciência tão massacrada pela ferramenta poderosa da dominação”, questionou a pesquisadora afro norte-americana.