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Irrigação alternativa garante produção agrícola no Sertão
Publicado em
10/02/2009 09h00
Atualizado em
22/03/2024 15h53
Tecnologia de irrigação conhecida como “Mandala” garante ao assentado produção de alimento durante o ano, e ainda vender o excedente.
Diego Barros
A luta pela sobrevivência do homem no campo está ganhando novos capítulos no alto Sertão de Alagoas. Iniciativas de sucesso de convivência com a seca devolvem o ânimo e a coragem ao sertanejo alagoano. No assentamento Alto do Tamanduá, em Poço das Trincheiras, o pequeno agricultor Agenor Inácio dos Santos, 58 anos, é um exemplo desta nova realidade. Ele possui um lote no qual foi implantado um sistema de irrigação alternativo chamado de Mandala. Essa tecnologia garante ao seu Agenor e a sua família seu sustento, e ele ainda garante uma renda.
A família de seu Agenor, 16 pessoas, entre elas são nove pessoas moram com ele, as outras sete são seus filhos casados, noras e netos, porém moram em casas próximas ao patriarca. Todas elas se alimentam das frutas, hortaliças e verduras produzidas por meio da Mandala. “O que sobra a gente vende na feira, em Santana do Ipanema”, comenta com ânimo o agricultor.
Seu Agenor produz feijão de corda, melancia, coentro, cebola e banana. Toda essa produção tem um excedente, que ele leva para comercializar na feira de Santana do Ipanema. Segundo seu Agenor, ele já chegou a ganhar R$ 90,00 com a venda de seus produtos, mas que normalmente a medida é R$ 70,00, por semana.
Irrigação alternativa – A Mandala é uma tecnologia de irrigação que surgiu no estado da Paraíba. O sistema funciona com um pequeno reservatório em forma circular com capacidade para 30 mil litros de água no local onde será implantada a mandala. É a partir desse reservatório que uma bomba elétrica irá distribuir a água por meio de tubos para as hortaliças, verduras e fruteiras. Elas são cultivadas em forma de ciclo do tempo de cultivo, de acordo com o desenho do reservatório. O custo total para implantação de uma mandala é em torno de R$ 5,6 mil.
Como explica o tecnólogo especialista em desenvolvimento sustentável do semi-árido, Jorge Izidro, esse sistema permite irrigar uma área de até 2.500 metros quadrados. “A escolha das plantas, hortaliças e frutíferas cultivadas depende da vocação do agricultor e de sua família, e é preciso também levar em consideração as condições ambientais do semi-árido”, ressalta Jorge Izidro, que desde o início, em 2004, vem acompanhando e prestando assistência técnica ao assentamento Alto do Tamanduá.
“Mais perto do reservatório de água são cultivadas as plantas de ciclo de cultivo mais curto, e mais distante ficam as frutíferas e as plantas de ciclo mais longo”, narra Jorge Izidro. Na mandala do lote de seu Agenor, por exemplo, são cultivadas cebola, coentro, alface, tomate, banana, mamão, acerola, pinha, amora, goiaba, feijão e banco de forrageiras com capim elefante.
No restante do lote de seu Agenor, a paisagem é outra. Com o clima seco, o solo tem um tom acinzentado e o único cultivo que resiste o ano todo é a palma, que ele utiliza para alimentar as poucas vacas que ainda cria. De acordo com ele, nos meses de chuva ainda é possível plantar feijão, milho e algodão.
A experiência do lote dele é a única que deu certo de um total de cinco sistemas de irrigação que foram implantados em comunidades rurais há cinco anos por um projeto da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Alagoas (Sebrae/AL) e a ONG Movimento Minha Terra.
Assentamento quilombola – O assentamento Alto do Tamanduá é o único empreendimento do Banco da Terra que também é uma comunidade quilombola certificada oficialmente pela Fundação Cultural Palmares. Os atuais moradores, que juntos somam 30 famílias, já viviam no local onde antes havia uma fazenda e que foi desapropriada para a criação do assentamento, há sete anos. A certificação de quilombolas foi conseguida em 2005. Segundo a presidente da associação do assentamento, Zenilda Viana de Melo, a comunidade tem muitas carências. Para ela, falta assistência técnica adequada e distribuição de sementes no momento certo para o plantio.
De acordo com o presidente do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), Geraldo de Majella, o Iteral elaborou vários projetos com foco no agricultor familiar para beneficiar os assentados do Programa Banco da Terra. “O Ministério do Desenvolvimento Agrário tem se mostrado aberto para projetos que tratam da organização dos assentados, assistência técnica e infraestrutura. Os projetos que aprovamos são basicamente nessas áreas”, destaca Majella.
Segundo ele, há também uma preocupação com a gestão dos assentamentos: “para superar essa deficiência, estamos trabalhando com técnicos do Sebrae e de entidades não-governamentais. O nosso objetivo é colocar todos os meios disponíveis no Estado a serviço dos assentados, tendo como foco o desenvolvimento sustentável dos assentamentos da reforma agrária”, finalizou.
A família de seu Agenor, 16 pessoas, entre elas são nove pessoas moram com ele, as outras sete são seus filhos casados, noras e netos, porém moram em casas próximas ao patriarca. Todas elas se alimentam das frutas, hortaliças e verduras produzidas por meio da Mandala. “O que sobra a gente vende na feira, em Santana do Ipanema”, comenta com ânimo o agricultor.
Seu Agenor produz feijão de corda, melancia, coentro, cebola e banana. Toda essa produção tem um excedente, que ele leva para comercializar na feira de Santana do Ipanema. Segundo seu Agenor, ele já chegou a ganhar R$ 90,00 com a venda de seus produtos, mas que normalmente a medida é R$ 70,00, por semana.
Irrigação alternativa – A Mandala é uma tecnologia de irrigação que surgiu no estado da Paraíba. O sistema funciona com um pequeno reservatório em forma circular com capacidade para 30 mil litros de água no local onde será implantada a mandala. É a partir desse reservatório que uma bomba elétrica irá distribuir a água por meio de tubos para as hortaliças, verduras e fruteiras. Elas são cultivadas em forma de ciclo do tempo de cultivo, de acordo com o desenho do reservatório. O custo total para implantação de uma mandala é em torno de R$ 5,6 mil.
Como explica o tecnólogo especialista em desenvolvimento sustentável do semi-árido, Jorge Izidro, esse sistema permite irrigar uma área de até 2.500 metros quadrados. “A escolha das plantas, hortaliças e frutíferas cultivadas depende da vocação do agricultor e de sua família, e é preciso também levar em consideração as condições ambientais do semi-árido”, ressalta Jorge Izidro, que desde o início, em 2004, vem acompanhando e prestando assistência técnica ao assentamento Alto do Tamanduá.
“Mais perto do reservatório de água são cultivadas as plantas de ciclo de cultivo mais curto, e mais distante ficam as frutíferas e as plantas de ciclo mais longo”, narra Jorge Izidro. Na mandala do lote de seu Agenor, por exemplo, são cultivadas cebola, coentro, alface, tomate, banana, mamão, acerola, pinha, amora, goiaba, feijão e banco de forrageiras com capim elefante.
No restante do lote de seu Agenor, a paisagem é outra. Com o clima seco, o solo tem um tom acinzentado e o único cultivo que resiste o ano todo é a palma, que ele utiliza para alimentar as poucas vacas que ainda cria. De acordo com ele, nos meses de chuva ainda é possível plantar feijão, milho e algodão.
A experiência do lote dele é a única que deu certo de um total de cinco sistemas de irrigação que foram implantados em comunidades rurais há cinco anos por um projeto da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Alagoas (Sebrae/AL) e a ONG Movimento Minha Terra.
Assentamento quilombola – O assentamento Alto do Tamanduá é o único empreendimento do Banco da Terra que também é uma comunidade quilombola certificada oficialmente pela Fundação Cultural Palmares. Os atuais moradores, que juntos somam 30 famílias, já viviam no local onde antes havia uma fazenda e que foi desapropriada para a criação do assentamento, há sete anos. A certificação de quilombolas foi conseguida em 2005. Segundo a presidente da associação do assentamento, Zenilda Viana de Melo, a comunidade tem muitas carências. Para ela, falta assistência técnica adequada e distribuição de sementes no momento certo para o plantio.
De acordo com o presidente do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), Geraldo de Majella, o Iteral elaborou vários projetos com foco no agricultor familiar para beneficiar os assentados do Programa Banco da Terra. “O Ministério do Desenvolvimento Agrário tem se mostrado aberto para projetos que tratam da organização dos assentados, assistência técnica e infraestrutura. Os projetos que aprovamos são basicamente nessas áreas”, destaca Majella.
Segundo ele, há também uma preocupação com a gestão dos assentamentos: “para superar essa deficiência, estamos trabalhando com técnicos do Sebrae e de entidades não-governamentais. O nosso objetivo é colocar todos os meios disponíveis no Estado a serviço dos assentados, tendo como foco o desenvolvimento sustentável dos assentamentos da reforma agrária”, finalizou.