Notícias
Intercâmbio cultural entre quilombos é tema de encontro no Maranhão
O I Colóquio Internacional: Intercâmbio, promoção e identidade cultural dos Quilombos do Maranhão e lugares de memória dos Afro-indígenas de New Orleans (EUA) vai abordar, dentre outros assuntos, as semelhanças entre os descendentes de africanos dos dois países
É possível encontrar semelhanças entre os quilombolas do estado do Maranhão e os afro-indígenas da cidade de New Orleans, nos Estados Unidos da América? O “I Colóquio Internacional: Intercâmbio, promoção e identidade cultural” pretende provar que sim. O evento será realizado na próxima quarta-feira (28), às 14h, no auditório Instituto Federal de Tecnologia do Maranhão (IFMA).
O pesquisador e cineasta, Ivan Walkins, será um dos palestrantes do evento e afirma que as afinidades entre os quilombos do Maranhão e os afro-indígenas de New Orleans vão muito além da cor da pele. “As culturas desses dois locais são muito parecidas, uma vez que foram construídas a partir da luta e da resistência dos povos escravizados”, aponta. “Nós temos muitos problemas parecidos para enfrentar, então, porque não encontrar soluções comum?” questiona.
Ainda segundo ele, o fato do “I Colóquio Internacional” acontecer no mesmo período em que o Brasil está recebendo grande atenção de mídias nacionais e internacionais, é uma ótima oportunidade para mostrar que o valor da cultura está nas pessoas que a fazem diariamente. “Nós temos que apresentar ao mundo as raízes da nossa cultura e todas as conexões que existem entre europeus, africanos e indígenas”, afirma.
O presidente da Fundação Cultural Palmares, Hilton Cobra, que também participará do evento, acredita que a partir do Colóquio será possível construir parcerias que consigam estimular o intercâmbio de culturas e soluções entre os dois países. “Ao identificar outros países que, assim como o Brasil, possuem uma forte cultura quilombola, precisamos facilitar a troca de informações para encontrar soluções para problemas em comum”, explica. “É possível, inclusive, criar uma plataforma única que discuta os problemas quilombolas no mundo todo”, conclui.