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Instituto Rosa dos Ventos e Fundação Palmares promovem oficina de Tambor de Crioula no DF
Teve início neste sábado (12), no Centro de Tradições Populares, em Sobradinho, a Oficina de Tambor de Crioula que colocou diferentes gerações para dançar juntas. Apoiada pela Fundação Cultural Palmares (FCP), a atividade que é parte do Circuito de Culturas Populares e Afro-brasileiras é promovida pelo Instituto Rosa dos Ventos de Arte, Cultura e Cidadania.
Com o Circuito, a proposta é garantir a valorização de territórios culturais do Distrito Federal (DF). Outras três grandes ações – 15 anos do Grupo Seu Estrelo; Samba e Ancestralidade; e, aulas-espetáculos do Bumba Meu Boi de Seu Teodoro – foram realizadas desde o mês de agosto. Já com a Oficina o Instituto espera fechar 2019 com uma grande conquista: a ampliação e o maior envolvimento dos públicos em torno das artes tradicionais.
Para a FCP o Circuito é uma proposta inovadora enquanto projeto social, pois, tem foco em fortalecer os grupos que promovem as manifestações culturais, quando a maior parte das proposições enfatizam apenas públicos. “Projetos como este são importantes à preservação da cultura, especialmente no DF que ainda está em processo de constituição da sua identidade cultural”, afirma Nelson Júnior, fiscal de Temo de Fomento do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira (DEP) da Fundação.
Tales Guimarães Paiva, técnico de Termo de Fomento do DEP, reforça que vantagem dos repasses de emendas para projetos é que o dinheiro é investido diretamente no suprimento de demandas das localidades onde eles são executados. “Principalmente sabendo que essas necessidades são identificadas pelas próprias comunidades, segundo as suas realidades”, destaca, recordando o valor de intervenções culturais e sociais nas periferias.
Oficina Tambor de Crioula – A primeira turma da oficina de Tambor de Crioula que acontece até 09 de novembro, contou com praticamente 100 participantes. “É uma oportunidade para a comunidade vivenciar a cultura popular. Conhecer as raízes é muito importante para o fortalecimento das identidades”, diz Tamatatiua Freire, brincante e filha de Seu Teodoro.
As aulas estão sendo ministradas por Gilvan do Vale, artesão, puxador das toadas e membro do grupo há 28 anos. Além dos toques de tambores e da matraca, os alunos também aprendem, com as coreiras, a dança de roda. “Um verdadeiro mergulho na cultura popular”, afirma Stéffanie Oliveira, diretora do Instituto.
“Aqui também damos foco às composições de toadas, que muitas vezes são feitas de improviso, e nas técnicas utilizadas para a confecção e o afinamento dos tambores”, explica Vale. “No fim fazemos uma roda dos próprios alunos. Uma roda deles, tocada por eles”, conta, relembrando a emoção de outras oficinas ministradas por ele.
As próximas aulas estão marcadas para 19 e 20 de outubro e 09 de novembro. As oficinas são gratuitas e sempre das 17h às 19h. Quem perdeu o primeiro fim de semana, pode comparecer para as aulas seguintes. “É possível pegar o ritmo da turma, perde um pouco, mas não impede que o aluno acompanhe se estiver disposto a aprender”, estimula Vale.
O último dia de atividade será marcado por um grande festejo em homenagem ao Mestre Teodoro, fundador do grupo que completaria 99 anos em 09 de novembro de 2019. A história do Mestre se confunde com a construção da identidade individual e coletiva, do grupo que carrega a tradição regional do Bumba Meu Boi maranhense, representada na capital federal.
O Centro de Tradições Populares, onde acontecem as atividades é um dos territórios culturais mais importantes e tradicionais do DF. É a sede do Bumba Meu Boi de Seu Teodoro, grupo declarado Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado, em 2004.