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I Fórum Nacional da Consciência Negra será em AL
Os encaminhamentos para a realização do I Fórum Nacional da Consciência Negra na Educação foram o principal ponto de discussão entre as entidades e instituições que participaram nesta sexta-feira (18), da V Roda de Diálogos promovida pela gerência de Educação Étnico-Racial da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte. Durante a atividade, foi elaborado um edital de convocação, que deve ser publicado na próxima semana no Diário Oficial do Estado. Além disso, foi indicado o dia 29 deste mês, para a realização de uma reunião entre as entidades vinculadas à questão negra em Alagoas e a Fundação Palmares, tendo como tema de discussão o Parque Memorial Quilombo dos Palmares.
“O edital tem como objetivo convocar as instituições e entidades para a participação no Fórum, bem como determinar algumas diretrizes para a sua realização”, conta a gerente de Educação Étnico-racial, Arísia Barros. A atividade acontecerá nos dias 28, 29 de fevereiro e 1º de março, no Centro Cultural e de Exposições de Maceió, no bairro de Jaraguá.
Fórum – Denominado “Iká Kô Dogbá: Os Dedos Não São Iguais”, o Fórum está em consonância com a Lei Federal 10.639/03, que dimensiona o ensino de História da África e Cultura Afro-brasileira no currículo escolar, tornando-o obrigatório na educação básica; e o Parecer CNE/CP003 (BRASIL, 2004), que amplia as discussões sobre a identidade da cultura afro-brasileira e o combate a discriminação racial no espaço escolar.
“Além disso, foi sancionada em julho do ano passado a Lei Estadual nº 6.814, criando a obrigatoriedade do ensino da África e dos afro-descendentes brasileiros e alagoanos no currículo das escolas alagoanas”, acrescenta a gerente, justificando a importância do evento acontecer em Alagoas. Durante o Fórum, serão realizados espaços de exposição, discussão e interlocução e troca de experiências na implementação das leis, além da troca de subsídios teóricos e metodológicos que desenvolvam habilidades e conhecimentos relativos à história e cultura da África e dos afro-descendentes no Brasil e em Alagoas.
Poderão participar do Fórum cidadãos, profissionais da educação e/ou representantes dos movimentos negros, secretarias, órgãos e entidades que apresentem experiências na implementação da Lei Federal nº 10.639/03. A proposta dos participantes da Roda de Diálogos é que as inscrições deverão ser feitas por entidades.
Parque – De acordo com Arísia, a realização das rodas de diálogo têm contribuído para estabelecer, de forma coletiva, as políticas relativas à mudança de paradigma na questão negra em Alagoas. Em relação à reunião com a Fundação Palmares, a gerente explica que há um anseio para que o espaço do Parque Memorial seja mais bem aproveitado, tanto em atividades pedagógicas quanto turísticas. “O parque é um patrimônio cultural da humanidade, e por isso mesmo, queremos aproveitá-lo melhor, dar visibilidade à sua existência”, destaca.
Para a gerente, é preciso que haja uma maior articulação e a definição de políticas que instiguem as visitas. “Queremos discutir essas questões, bem como a gestão do parque”, conta. A idéia é fazer uma articulação conjunta para garantir a manutenção e a divulgação do espaço enquanto possibilidade de aprendizado histórico. Na opinião de Elcias Pereira, da ONG Anajô e conselheiro do Instituto Magna Matter, a estrutura inaugurada no ano passado têm sido mantida, mas é realmente preciso “dar uma guinada” nas ações de divulgação.