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Hoje na História: 29 de janeiro de 1905 morria José do Patrocínio
Pois bem! A maior esmola que temos em nossas mãos,
é quebrar essas algemas que oprimem nossos irmãos.
É renegar do passado, os feros id’los sangrentos e bradar
aos quatro ventos ‘Escravos, sois cidadãos!’
(Trecho do poema Uma Esmola, de 1874 – José do Patrocínio).
Hoje na História: 29 de janeiro de 1905 morria José do Patrocínio.
Filho de um padre, vigário de Campos e de uma escravizada alforriada de nome Justina Maria do Espírito Santo, José Carlos do Patrocínio nasceu em 9 de outubro de 1853, no município de Campos dos Goytacazes, um dos polos escravagistas do Brasil e em um contexto de pós-tráfico de escravizados (1850). Foi criado na fazenda de João Carlos Monteiro, seu pai, onde, apesar de livre, conviveu com escravizados e com a dureza do regime escravista. Observando a origem de José do Patrocínio, percebe-se que as problemáticas em torno da escravidão sempre estiveram presentes no seu cotidiano, fato que de uma forma ou de outra, lhe acendeu a chama abolicionista.
Aos 14 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro (capital do Império), onde estudou Farmácia, tendo como primeira ocupação a de aprendiz de farmacêutico na Santa Casa de Misericórdia do Rio Janeiro. Apesar da formação, sua verdadeira vocação estava no jornalismo. Em 1875, começou a escrever para ‘‘Os Ferrões’’, jornal satírico de circulação quinzenal.
Anos depois, redator do Gazeta de Notícias, iniciou campanha pela abolição da escravatura, tendo sofrido, na condição de negro, conhecido jornalista e abolicionista, os códigos raciais que moldavam aquela sociedade imperial. Já em 1881, tornou-se proprietário de uma empresa jornalística, a Gazeta da Tarde, um dos grandes veículos de comunicação da Corte, onde militava pela causa abolicionista. Anos depois, fundou, junto com André Rebouças e outros notáveis a Confederação Abolicionista e, da redação do jornal, coordenava a luta antiescravagista, promovia debates públicos sobre o fim da escravidão e agia diretamente na aquisição de castas de alforria e de fundos de emancipação.
Na noite de 29 de janeiro de 1905, enquanto escrevia sua crônica semanal, faleceu vítima de tuberculose.
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