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36 ANOS
Fundação Palmares reabre biblioteca e amplia ações
Biblioteca Oliveira Silveira
A Fundação Cultural Palmares (FCP) foi criada em 1988 pelo Movimento Negro, com a missão de promover e preservar os valores culturais, históricos, sociais e econômicos dos afro-brasileiros.
Ao longo de 36 anos, passou por reformulações, sempre com o intuito de fortalecer suas trincheiras de luta – à exceção da última administração, que pretendeu extingui-las.
Para o cumprimento de suas atribuições, conta com três áreas finalísticas:
O Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIRC); o Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira (DEP); e o Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro (DPA).
CNIRC. O Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra foi criado em 1998, inicialmente, como equipamento público autônomo, com a missão de preservar e disseminar a memória dos afrodescendentes.
Em solenidade histórica, os então presidentes do Brasil e da África do Sul, Fernando Henrique Cardoso e Nelson Mandela, descerraram a placa do CNIRC, integrado posteriormente (2002) à estrutura da FCP.
Sob o comando de Guilherme Bruno, o centro, atualmente, é responsável pela gestão do acervo iconográfico e museológico e de dois importantes espaços da Fundação: A Biblioteca Oliveira Silveira e o Espaço Erê.
BIBLIOTECA. Carregando o nome do poeta e intelectual gaúcho que ajudou a estruturar o Dia da Consciência Negra, a Biblioteca Oliveira Silveira é um dos símbolos da reconstrução da Palmares.
Alvo do ataque direto do (des)governo passado, que tentou destruir mais de cinco mil livros, o equipamento conta com um acervo de quase 10 mil títulos, entre livros, monografias, revistas e publicações institucionais.
Acervo que, sob a batuta da bibliotecária Marcela Costa, vem sendo catalogado sob nova classificação, que leva em conta a visão afrocentrada, tendo em vista seu caráter especializado.
ESPAÇO ERÊ. Um dos focos do CNIRC é a realização de ações educativas, como o projeto "Conhecendo Nossa História", que levou materiais paradidáticos de história da África a mais de 400 escolas públicas em 43 municípios de todas as regiões do Brasil.
E para ampliar o leque dessa competência, foi criado o Espaço Erê, destinado ao contato de crianças de escolas públicas e privadas com o universo da cultura afro e o combate ao racismo, desde a infância.
Com o Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira (DFP), o centro também administra o espaço Mário Gusmão, salão multiuso para realização, entre outros, de shows, seminários, exposições...
O espaço multicultural homenageia aquele que é considerado o príncipe negro da dramaturgia brasileira, e, além dos múltiplos usos, abriga um rico acervo da iconografia afro-brasileira.
DFP. Dirigido por Nelson Mendes, o Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira (antigo DEP) é responsável pela publicação de editais e pelo apoio e realização de eventos da artístico-culturais.
Aproveitando o mês de aniversário da Palmares, o DFP está operando duas de suas mais importante iniciativas: a IV Edição do Prêmio Palmares de Arte e a II Edição da Bolsa de Mobilidade Cultural Afro-brasileira.
DPA. Dirigido por Flávia Costa, o Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro (DPA) tem a missão de planejar, coordenar e articular ações de proteção e preservação do patrimônio material e imaterial das Comunidades Remanescentes de Quilombo (CRQ).
Dentre suas principais atribuições, está a certificação das comunidades que assim se declaram, respeitando o direito à autodefinição preconizado pela Convenção n.º 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Previsto no decreto 4.887, o processo de identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação garante o território dessas populações, cabendo à FCP acompanhar o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) nas ações de regularização.