Notícias
Fundação Palmares comemora 25 anos, revive sua história e projeta metas para o futuro
O debate “Memórias e trajetórias das Políticas públicas para a Cultura Negra”, reuniu, no auditório da sede da FCP, em Brasília, os ex-presidentes da FCP para uma conversa sobre experiências que fizeram da Instituição uma referência nacional
Ao celebrar seu primeiro quarto de século nesse 22 de agosto de 2013, a Fundação Cultural Palmares voltou no tempo e foi buscar em sua própria história os caminhos que a levarão para os próximos 25 anos na busca pelo reconhecimento da importância das culturas negras nos processos de desenvolvimento do Brasil.
Esses caminhos foram sinalizados com as lembranças, histórias e contribuições das pessoas que, juntas, são responsáveis pela trajetória de sucesso da Fundação Palmares: os seus ex-presidentes. Reunidos no auditório da sede da FCP, em Brasília, Elói Ferreira, Zulu Araújo, Dulce Maria Pereira, Joel Rufino dos Santos e Carlos Moura participaram do debate “Memórias e trajetórias das Políticas públicas para a Cultura Negra. Ali os presentes tiveram a chance de visualizar a trajetória histórica da FCP e de todo o processo de proposição, gestão e implementação de políticas para a cultura negra no Brasil desde 1988.
FCP na história – Cada ex-presidente relatou os fatos mais marcantes, as dificuldades e sucessos que tiveram enquanto comandaram a instituição. Carlos Moura, o fundador, relembrou das dificuldades para criar um órgão como a Palmares, em um momento em que nem a Constituição Federal estava instituída. Já Joel Rufino não esqueceu que sua principal meta a frente da Fundação foi a busca de direitos aos remanescentes de comunidades quilombolas.
Dulce Maria Pereira, primeira mulher a dirigir a Fundação Cultural Palmares, ressaltou que a criação do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIRC) permitiu às pessoas entenderem o legado do povo negro brasileiro. Dulce se emocionou ao lembrar que, em ocasião do Encontro das Mulheres Negras do Maranhão, ela pôde pela primeira vez entrar em um avião onde todos os passageiros eram negros.
Zulu Araújo, presidente de 2007 a 2010, descreveu a missão de fazer a Fundação Cultural Palmares ser reconhecida internacionalmente e salientou que um dos momento mais importantes de sua gestão foi a realização do III Festival Mundial de Arte Negra, realizado em Dakar, no Senegal. Já Eloi Araujo não escondeu de todos o orgulho por ter sido presidente do primeiro órgão federal criado para promover, preservar e proteger as culturas negras brasileiras.
Os presidentes Adão Ventura e Ubiratan Castro, já falecidos, também foram homenageados por todos os presentes, que fizeram questão de ressaltar a enorme contribuição que ambos tiveram na consolidação da dos valores e da missão da FCP.
O futuro – Após ouvir o que os ex-dirigentes disseram, Hilton Cobra, atual presidente da FCP, destacou quais são as metas da Fundação para os próximos anos. “Nós já absorvemos essa possibilidade de traçar um projeto vigoroso ao longo para a Fundação Cultural Palmares. Então tudo o que vocês falaram aqui foi captado para o enriquecimento desse programa que nós queremos fazer”, afirmou.
Cobra também foi enfático ao afirmar que o que a Fundação Palmares precisa, nesse momento, é de orçamento para traçar os projetos futuros. “As políticas públicas já estão pensadas. O que nós temos que fazer agora é ver a quais podemos dar sequencia. Mas precisamos de recursos. Esse é o nosso maior desafio”, concluiu.