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Fundação Cultural Palmares, Secretaria dos Direitos Humanos e GDF unidas para recuperar esculturas da Prainha dos Orixás
Publicado em
19/06/2007 09h00
Atualizado em
27/05/2024 10h24
Brasília, 19/6/07 – Nos próximos 10 dias estará sendo formalizado um Termo de Compromisso entre os governos federal e do Distrito Federal para promover a recuperação das estátuas dos orixás e de todo o espaço do Panteão onde ficam as imagens, na Prainha do Lago Paranoá. O acerto foi feito em reunião nesta segunda-feira (18) entre a Secretaria de Cultura do Governo do Distrito Federal (GDF), em conjunto com a Fundação Cultural Palmares/MinC, Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) e Federação Brasiliense e do Entorno de Umbanda e Candomblé. O subsecretário Mobilização e Eventos da Secretaria de Estado da Cultura do GDF, Antenor Júnior, destacou que o governo local está mobilizado em promover a valorização da cultura negra brasileira e por isso contará com a participação efetiva da Fundação Cultural Palmares, da SEDH e também da Federação Brasiliense de Umbanda e Candomblé. Foram apresentadas inúmeras alternativas não só para restaurar o espaço da Prainha, bem como para transformar o local em um importante atrativo turísitco para o Distrito Federal.
O presidente em exercício da Fundação Cultural Palmares/MinC, Antônio Pompêo, acompanhado pela chefe de gabinete da instituição, Juscelina Nascimento e pelo técnico Maurício Reis, da Diretoria de Proteção do Patrimônio Afro-Brasileiro, explicou que na última semana, quando da visita do artista plástico Tatti Moreno a Brasília, comentou sobre a oportunidade de se elaborar um projeto para avaliar os custos necessários para recuperar as imagens. Tatti Moreno também declarou receber, por parte da Fundação Palmares, a garantia de restauro das imagens. Quem vai até a Prainha do Lago Paranóa se depara com um lamentável cenário: todas as 16 esculturas de deuses africanos estão danificadas. Cinco foram arrancadas dos pedestais de concreto – entre elas a de Iemanjá, também decaptada e queimada. Das 11 esculturas que ficaram em pé, as imagens de Exu e Ibeji foram recentemente atacadas.
O assessor especial da SEDH, Ivair Alves dos Santos também destacou a necessidade de se promover ações que recuperem o espaço, tornando mais um local para a promoção de ações culturais afro-brasileiras em Brasília. Ivair vai mais longe. Aponta que a iniciativa a ser realizada entre o GDF, Governo Federal e Federação de Umbanda e Candomblé será fundamental não só para o DF, mas para o Brasil também, pois mostrará a preocupação do poder público e da sociedade em favor do respeito e inclusão da religiosidade e história afro na vida de uma comunidade.
Antenor Júnior apresentou aos presentes o Programa de Governo voltado à Cultura Afro-Brasileira, elaborado pelo GDF através da prefeita do Conic, Flávia Portela. O programa prevê inúmeras iniciativas, das quais destaca as manifestações religiosas e também o incremento de recursos e atrações para um evento já conhecido dos brasilienses: o Reveillon da Prainha, que acontece sempre na virada de cada ano. Antenor aproveitou para salientar a proposta que o GDF tem de realizar, já para a festa de 2008 a maior concentração de moradores e visitantes do DF. “Queremos levar um milhão de pessoas para a rua, em um espaço que vai do Alto do Cruzeiro, pelo Eixo Monumental, até a Prainha dos Orixás”.
Todos os participantes concordaram com uma proposta também apresentada pelos dirigentes. A promoção de feiras de artesanato e cultura afro periódicas no local, assim como está sendo realizado atualmente na Feira de Cultura Popular de Planaltina, DF. As edições da feira tem levado, todos os sábados, famílias, moradores de Planaltina e arredores a conhecer mais sobre a cultura e as tradições daqueles que trabalharam pela construção do Distrito Federal.
Uma nova reunião ficou acordada para o próximo dia 28 de junho, às 15h, na sede da Secretaria de Estado da Cultura do GDF.