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FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES EXPRESSA PESAR PELA MORTE DE LÉA GARCIA
A Fundação Cultural Palmares expressa pesar pela morte de Léa Garcia, uma das maiores expoentes atrizes brasileiras. A estrela foi indicada ao prêmio de melhor interpretação feminina no Festival de Cannes, em 1957, por sua atuação no filme Orfeu Negro, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro.
“Léa Garcia foi uma importante atriz negra e ativista que vai nos fazer muita falta. Estive com ela este ano no Rio de Janeiro e tive o privilégio de dizer que o papel dela era fundamental para a juventude e para aqueles que amam a arte e a cultura no Brasil. Muito obrigada, Léia. Vamos sentir falta da sua brilhante presença,” disse João Jorge, presidente da FCP.
Presidente encontrou a atriz durante evento no Rio de Janeiro
A artista de 90 anos que receberia o Troféu Oscarito na Serra gaúcha nesta terça-feira, dia 15 de agosto de 2023, possuía uma longa trajetória no mundo artístico. Ela possuía no currículo mais de 100 produções, incluindo cinema, teatro e televisão, e continuava no pleno exercício da profissão.
Trajetória
Nascida na Praça Mauá, no Rio de Janeiro, no ano de 1933, Léa Lucas Garcia de Aguiar tornou-se atriz em um momento da história em que esse não era um trabalho comum para mulheres negras. Filha de Stela Lucas Garcia e José dos Santo Garcia passou a morar com sua avó aos 11 anos, quando sua mãe morreu. Desde jovem, demonstrou o desejo de se envolver com o universo artístico, mas em outro campo, queria cursar Letras para ser escritora.
Seu destino mudou ao conhecer Abdias Nascimento, com quem teve dois filhos, Henrique Christovão Garcia do Nascimento e Abdias do Nascimento Filho. O dramaturgo e ativista apresentou a ela a sua estante de livros e sugeriu a leitura das tragédias gregas. Depois, a convenceu a subir no palco pela primeira vez, na peça Rapsódia Negra (1952), do próprio Abdias, encenada pelo Teatro Experimental do Negro. A partir de então, a paixão pelas artes cênicas se impôs. Mais tarde teve seu terceiro filho, Marcelo Garcia de Aguiar conhecido como Marcelão Garcia (1965), com Armando Aguiar.
Trabalhando em teatro, TV e cinema, Léa Garcia consolidou uma carreira de papéis marcantes como a Rosa, de Escrava Isaura, novela que a tornou conhecida do público, e venceu a barreira dos personagens tradicionalmente destinados a atrizes negras. Tornou-se, assim, uma referência para jovens atores e admirada pela qualidade de suas atuações.
Por Fundação Cultural Palmares.