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FCP/MinC promove Mostra Audiovisual Luiz Orlando em Salvador
Brasília, 2/2/07 – A Fundação Cultural Palmares e Núcleo Omi Dúdù abrem nesta segunda-feira, dia 5, na Biblioteca Pública do Estado da Bahia, em Salvador, a partir das 15h, a 1ª Mostra de Audiovisual Luiz Orlando. Durante a mostra será colocada no local uma placa em homenagem o cineasta Luis Orlando, que através de seus filmes e vídeo-documentários, retratou a história e a cultura da população negra da África e Diáspora. Contará também com a apresentação dos sete vídeos-documentários vencedores do Prêmio Palmares de Comunicação, e obras dos cineastas Zózimo Bulbul, Joel Zito Araújo, que também participarão dos debates a respeito do Cinema Negros, suas referências e trajetórias. O presidente interino da FCP/MinC, Zulu Araújo, participa do evento na capital baiana.
Luiz Orlando, amor pela Bahia e pela Sétima Arte
Nascido em Salvador, em 25 de agosto de 1945, Luiz Orlando da Silva tornou-se uma das principais referências na história do cineclube do Brasil, graças a sua militância incansável na difusão das grandes obras da Sétima Arte. Foi a paixão pelo cinema que levou Luiz Orlando a percorrer comunidades negras, cidades do interior do Brasil e metrópoles do mundo inteiro, exibindo filmes e vídeo-documentários que revelavam a história e a cultura da população negra da África e Diáspora. Luiz Orlando também era muito respeitado por críticos e cineastas internacionais, sendo convidado a prestar assessoria em diversos festivais de cinema ao redor do mundo. No Brasil, foi curador do Festival de Cinema Panafricano e auxiliou Guido Araújo na Jornada Internacional de Cinema da Bahia, além de ser suplente da Associação Baiana de Cinema e Vídeo (ABCV-BA). Também esteve presente na luta pelo fortalecimento do Movimento Negro, a partir da década de 70, contribuindo através da arte audiovisual e chamando atenção para a representação da imagem do negro pela mídia. Gentil, de fala doce e sempre disposto a ajudar, Luiz Orlando era o nome mais procurado por pesquisadores do cinema negro, tendo ajudado a realização de inúmeras teses acadêmicas. Era responsável pelo acervo de áudio-visual da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Emprestava, copiava e presenteava a todos com filmes raros e livros fundamentais sobre a presença negra no mundo. Prestes a completar 61 anos, Luiz Orlando faleceu em 04 de agosto de 2006, vítima de um câncer, deixando uma grande saudade entre militantes negros, cineastas, críticos de cinema, e demais apaixonados pelo cinema, que compartilhavam com o cineclubista o amor pelas imagens em movimento.
PROGRAMAÇÃO OFICIAL:
Segunda-feira, 5 de fevereiro
14h15 – Inicio das exibições: Obras de Zózimo Bulbul em Debate
ALMA NO OLHO (1973): Um estudo sobre a transposição do africano para as Américas. 11 min.
ANICETO DO IMPÉRIO – EM DIA DE ALFORRIA (1981): A história do fundador de uma Escola de Samba e militante do cais do porto carioca: Ancineto do Império Serrano. 11 min;
PEQUENA ÁFRICA (2002): O filme apresenta a Praça XI, a Central do Brasil, Gamboa, Saúde e bairro de Santo Cristo de hoje, que eram conhecidos nos idos de 1850 até 1920 como a “Pequena África”, por terem sido locais habitados por escravos alforriados no período imperial e depois deste. 14 min.
SAMBA NO TREM (2005): Documentário sobre a celebração do Dia Nacional do Samba, 02 de dezembro. 18 min.
15h20 – Projeto “Obras Raras”
Exibição do filme “Referências” (38 min) com participação de Zózimo Bulbul
16h – Bate papo sobre os filmes de Zózimo Bulbul
17h – Sessão Obras Raras
VIDA NOVA POR ACASO – episódio do Filme Um é pouco, Dois é bom. Direção de Odilon Lopes – 1970 Duração: 48 min
19h – Mesa Oficial da Mostra Luiz Orlando
Tema: “O Cinema Negro – Referências e Trajetórias”
Com os cineastas Zózimo Bulbul e Joel Zito Araújo, além de Ubiratan Castro de Araújo, Zulu Araújo, Lílian Santiago, Paulo Rogério Nunes, Lea Garcia – a confirmar
Mediadora: Ruth Pinheiro (CAD – RJ)
21h – Coquetel
Terça-feira, 6 de fevereiro
9h – Colocação de Placa de homenagem a Luiz Orlando na sala de audiovisual da Biblioteca Pública do Estado (Barris)
10h – Exibições das obras do Prêmio Palmares de Comunicação – Novos destaques do Cinema Negro:
Kamba Racê, de Sionei Ricardo Leão / 20´; Sob o Signo da Justiça, de Carlos Henrique Romão de Siqueira e Ernesto Ignácio de Carvalho / 20´; Rosário do Seridó, de Edson Soares do Nascimento / 16´ ; Makota Valdina, de Ana Verena Carvalho, Jociléia Rodrigues Ribeiro e Paulo Rogério Nunes / 20´; Yalode: Damas da Sociedade, de José Pedro da Silva Neto e Maria Emília Coelho / 16´; Balé de pé no Chão, de Lílian Sola Santiago e Marianna Monteiro / 52´
Sessão Obras Raras
13h30: Compasso de Espera – 1973 / Direção de Antunes Filho – Duração 94 min; 15h15: Na Boca do Mundo – 1976 / Direção de Antonio Pitanga – Duração 106 min;
17h15: A Deusa Negra – 1978 / Direção de Ola Bologun – Duração 96 min; 19h15: Filhas do Vento / Direção: Joel Zito Araújo – Duração: 90min