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FCP faz reunião para solucionar conflito em Alcântara
Comunidades quilombolas resistem ao estudo de impacto ambiental
da área para o lançamento de foguete
Em reunião na sede da Fundação Cultural Palmares, a empresa binacional ucraniana e brasileira ACS (Alcântara-Cyclone Space) se comprometeu a envolver a participação das comunidades remanescentes de quilombo no estudo de impacto ambiental em Alcântara (MA). A reunião foi realizada nesta terça-feira (10), e contou ainda com a participação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).
O estudo é uma exigência para a construção do sítio de lançamento do foguete Cyclone-4, que o governo pretende lançar em 2010. Mas três comunidades remanescentes de quilombo, Mamuna, Baracatatiua e Brito, resistem à entrada da ACS em suas terras devido à primeira intervenção, na década de 1980, que os expulsou da área e desmatou o local.
Durante a reunião, a equipe responsável pelo estudo de impacto ambiental explicou que pretende realizá-lo de forma participativa, envolvendo os quilombolas. “Nós entendemos os erros passados e queremos que a própria comunidade tenha conhecimento e participe de tudo o que esteja sendo feito”, disse Wilson França, da Atech, empresa contratada pela ACS.
“A principal queixa das comunidades é a falta de diálogo”, ressaltou o diretor de Proteção do Patrimônio Afro-Brasileiro, Maurício Reis. Ao final da reunião, ficou decidido um encontro na comunidade de Mamuna para apresentar aos quilombolas das três comunidades envolvidas as propostas de metodologia de estudo de impacto ambiental para o dia 18 de fevereiro. Vão participar da reunião a Fundação Cultural Palmares, a Seppir, o Ibama, o Ministério Público Federal e a ACS.