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FCP fará projetos de proteção ao patrimônio histórico e cultural do Benin
O governo brasileiro desenvolverá propostas de proteção ao patrimônio material e imaterial do Benin e a intenção é que a Fundação Cultural Palmares (FCP) contribua com seu conhecimento para o desenvolvimento de métodos de salvaguarda da memória negra do país africano. O alto risco de desaparecimento de conhecimentos e saberes fez com que o Brasil fosse procurado com o objetivo de levantar meios para que isso não ocorra.
A Missão de Prospecção a Cotonou, organizada pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores (MRE) brasileiro, se encerra nesta sexta-feira (30/05) e já tem cronograma para uma cooperação Sul-Sul. Vanderlei Lourenço, presidente da FCP, e Adryelle Braga Arouche Medeiros, Coordenadora de Divulgação do Patrimônio Afro-brasileiro, levaram a experiência da instituição para contribuir com as questões de fomento à cultura e à gestão de parques e espaços históricos.
De acordo com Yaï Chabi Pierre, do Ministério de Educação, Turismo e Esporte do Benin, o Brasil foi procurado por ser mais avançado no que se refere à proteção e conservação do patrimônio. “Também o fenômeno conhecido pela humanidade como Escravidão, ou O Trato dos Viventes como é referido no Benin, é mais que uma razão para trabalharmos juntos”, disse.
Cooperação – Durante uma semana, a Missão focou em identificar as demandas de Cotonou. Entre elas estão a falta de capacitação de artesãos e de artistas das áreas da dança, teatro, expressão corporal e canto; a falta de espaços para que capacitações aconteçam; a falta de conhecimento sobre a gestão de vernissages (eventos culturais, exposições, etc.); a necessidade de atualização e qualificação do trabalho de gestão da Floresta Sagrada de Kponzun (as florestas sagradas são equivalentes aos terreiros brasileiros), entre outras.
Agora, os órgãos brasileiros de referência em saúde, cultura e agricultura ficarão responsáveis por desenvolver projetos viáveis que serão executados nas cidades beninenses. Quanto ao Benin, as ações a serem desenvolvidas no Brasil estão no cerne do intercâmbio, com participações de entes beninenses em ações brasileiras.
A previsão é que retornando ao Brasil, os representantes que compuseram a delegação desenvolvam um cronograma para a produção das propostas. O desejo do Benin é que os resultados da cooperação possam ser reproduzidos como uma espécie de incubadora para que o país possa promover a salvaguarda do próprio patrimônio. Participaram da Missão ao Benin representantes do Instituto do Patrimônio Artístico Nacional (IPHAN), da Associação Mineira da Indústria de Algodão, do Instituto Federal do Sertão de Pernambuco e do Ministério da Saúde.