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FCP acompanha conflitos agrários pela posse da terra a quilombolas e garante atuação jurídica
Publicado em
16/05/2007 09h00
Atualizado em
28/05/2024 09h12
Brasília, 16/5/07 – Os conflitos agrários não são exclusivamente contra o Movimento Sem Terra. Também os quilombolas brasileiros sofrem com as constantes ameaças de latifundiários. Em entrevista concedida nesta terça-feira ao Canal Futura, o presidente da Fundação Cultural Palmares/MinC, Zulu Araújo, declarou que o Brasil ainda vive em um “sistema feudal” no que se refere à distribuição de terras no Brasil.
Zulu apontou que além do conflito agrário existente na região do Recôncavo Baiano, mais especificamente em São Francisco do Paraguaçu, hoje os procuradores federais da Fundação Cultural Palmares/MinC acompanham confrontos entre quilombolas e fazendeiros em Mata Cavalo, no Mato Grosso e também no Espírito Santo. Na Comunidade Quilombola de Mata Cavalo a situação de confronto se arrasta há vários anos e no Espírito Santo, dirigentes da Aracruz Celulose fazem pressão para os quilombolas deixarem a área que ocupam a fim de assegurar a expansão da linha de produção da indústria, responsável por boa parte da produção de celulose hoje no país.
Zulu Araújo foi enfático em dizer que a Fundação Cultural Palmares, assim como todo o Governo Federal, trabalha em favor da valorização e do reconhecimento da cultura afro-brasileira, e, ao mesmo tempo, atua na defesa da propriedade e assistência às comunidades quilombolas com as ações de sua Procuradoria Jurídica. Até agora, a FCP/MinC certificou 1.167 comunidades remanescentes em todo o território nacional. 939 comunidades já tiveram a sua certificação publicada no Diário Oficial da União e 25 encontram-se em fase de publicação.