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Estudantes negros, quilombolas e indígenas discutem os avanços das políticas de equidade racial na UFRB
Encontro conta com a participação dos estudantes nos debates sobre políticas de ação afirmativas nas universidades
No período de 17 a 19 de março, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) realizará, com o apoio da Fundação Cultural Palmares – MinC o I Encontro de Estudantes Negras, Negros, Indígenas, Cotistas e Quilombolas (1º IENICQ). O programa é uma ação dos estudantes e da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil (PROPAAE), com foco na construção de diretrizes para o desenvolvimento de novas políticas de equidade na instituição.
A proposta é discutir e avaliar os avanços que ocorreram no país com a implementação de políticas de ações afirmativas na perspectiva educacional. Recentemente, o país conquistou marcos regulatórios importantes para a promoção da equidade racial.
Recentemente, o país conquistou marcos regulatórios importantes para a promoção da equidade racial. A Lei de Cotas, por exemplo, tornou-se base para garantia de direitos antes negligenciados pela falta de acesso das populações negra e indígena ao ensino superior, decorrente do racismo institucional. Em 10 anos, o número de negros nas universidades triplicou, passando de 10,2% (2001) para 35,8% (2011).
Avanços e perspectivas – Entre as metas a serem alcançadas, estão a construção de um documento que servirá de base à adaptação e a ampliação das ações afirmativas da universidade e ao fortalecimento dos estudantes como sujeitos fundamentais desses processos. O documento será encaminhado ao Ministério da Educação, a FCP – MinC e a SEPPIR (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República) para que sirva de referência para outras instituições e seguimentos sociais.
De acordo com Denize Ribeiro, coordenadora de Políticas Afirmativas da universidade, importantes avanços no desenvolvimento de políticas de equidade já foram alcançados. “Porém, é necessário que elas tenham continuidade”, disse. A professora cita entre os avanços, o pré-vestibular quilombola que teve início em 2013 e a Especialização em Políticas de Equidade, que formulada, aguarda recursos para abrir inscrições.
Denize destaca ainda, que o 1º IENICQ será relevante pela relação histórica entre a UFRB e o Recôncavo Baiano, dado o processo de luta e resistência do povo indígena e negro para ascender ao ensino superior.
Políticas assistenciais – A Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) pode ser considerada referência no que diz respeito as políticas de equidade. Além dos programas de acesso, como o vestibular direcionado as pessoas negras, indígenas e quilombolas, tem também políticas assistenciais consideradas “de Permanência” e “de Pós-Permanência”.
As Políticas de Permanência são aquelas que garantem ajudas com os custos para a manutenção no espaço universitário como residência, alimentação e cursos. Já as de Pós Permanência preveem cotas para pós-graduação, cursos de extensão e encaminhamento ao mercado de trabalho. “Somente com o funcionamento ideal dessas ações é possível ampliar o acesso dessas comunidades ao meio acadêmico. Por isso, é tão importante debater os rumos, tanto das políticas de equidade, quanto das políticas assistenciais”, conclui Denize Ribeiro.
Para outras informações acesse: http://www.ufrb.edu.br/enicq/