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Encontro de multiplicadores termina com balanço positivo
Com a realização de amplo debate sobre a importância de como promover a cultura afro-brasileira e a educação para as relações étnico-raciais no Brasil, acabou no fim da tarde de quarta-feira (19) o encontro de multiplicadores do projeto Conhecendo nossa História: da África ao Brasil. Além disso, há perspectiva de ainda em 2017 sair a segunda edição do livro O que Você Sabe sobre a África?Uma viagem pela história do continente e dos afro-brasileiros.
O presidente da Fundação Cultural Palmares, Erivaldo Oliveira, destacou no encerramento que ninguém melhor que os multiplicadores, profissionais ligados às secretarias de Educação e Cultura, para conhecer os desafios para se implementar o ensino das tradições afro-brasileiras. “Quero agradecer aos estados e municípios que se sensibilizaram e enviaram representantes. Temos mais de 3 mil comunidades quilombolas certificadas em todo o país e precisamos promover ações que atendam às demandas dessas localidades”, defendeu Erivaldo.
Na opinião do presidente da Palmares, ainda há obstáculos significativos a se vencer, como o forte preconceito nas escolas – de muitos professores, alunos e familiares – contra a presença da história das religiões de matriz afro nas grades curriculares. “As pessoas não têm preconceito contra a mitologia greco-romana porque estudaram esse conteúdo. Da mesma forma, precisamos introduzir a informação sobre as religiões afro para superar a intolerância”, destacou Erivaldo Oliveira. Ele ressaltou que a Fundação Palmares atua indo aos municípios e se deslocando pelo interior do país, chegando diretamente às comunidades.
Vanderlei Lourenço, coordenador geral do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIRC), da Fundação Palmares, assinalou o balanço positivo do encontro. Ele adiantou que a nova edição do kit educativo virá revisto, inclusive com colaborações extraídas do debate com os multiplicadores. “A principal consideração que ouvimos diz respeito ao fato de que a capacitação para aplicar os conteúdos é imprescindível, para que se consiga promover a história e a cultura afro de forma mais eficaz”, observou Vanderlei.
Um dos multiplicadores nacionais do projeto, o professor Zezito de Araújo também fez comentários positivos sobre os dois dias de evento. “Foi muito fecunda esta formação. Conseguimos concretizar uma estratégia para multiplicar os conhecimentos nas escolas e trouxemos propostas para atualizar os conteúdos do kit”, afirmou.