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Em campo pelo futebol e contra o racismo!
A poucos dias do começo da Copa do Mundo da Rússia, a Fundação Cultural Palmares (FCP) entra no clima da competição e publica textos dedicados a uma das paixões nacionais: o futebol. Ninguém melhor que o Atleta do Século e maior jogador deste esporte de todos os tempos, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, para iniciar a série. A abertura do torneio acontece no dia 14 de junho, quinta-feira, às 12h, diretamente de Moscou, com o jogo Rússia X Arábia Saudita. O Brasil faz sua estreia no Mundial no dia 17, domingo, às 15h, em uma partida contra a Suíça, na cidade de Rostov.
O Rei do Futebol nasceu na cidade mineira de Três Corações, no dia 23 de outubro de 1940, e, desde criança, manifestou a vontade de ser jogador de futebol. Começou a carreira profissional muito cedo. Com 16 anos, já estava na Seleção Brasileira. Foi campeão mundial nas Copas de 1958, 1962 e 1970.
Junto com a carreira na Seleção, Pelé fez parte do time do Santos. Jogou no Peixe por quase 20 anos, deixando o time em 1974. Sua despedida deveria ter sido em uma partida contra a Ponte Preta, porém, no ano seguinte, acabou voltando aos gramados com uma proposta milionária do time nova-iorquino Cosmos. Abandonou definitivamente a carreira no dia 1º de outubro de 1977, em jogo entre o Santos e o Cosmos, em que atuou um tempo em cada time.
Com as chuteiras penduradas, Pelé tornou-se um empresário bem sucedido, sendo um dos pioneiros na veiculação do marketing à imagem pessoal no futebol. Também enveredou pela carreira de cantor e de ator. Atuou no filme Fuga para a Vitória ao lado de Sylvester Stallone, Michael Caine e Max Von Sydow.
No dia 15 de maio de 1981, o jornal francês L`equipe concedeu a Pelé o título de Atleta do Século numa pesquisa feita junto aos vinte mais importantes jornais do mundo. Ele obteve 178 votos contra 169 do segundo colocado, o corredor norte-americano Jesse Owens, medalha de ouro nas Olimpíadas de 1936, em Berlim.
Contra o racismo nos campos
Vários jogadores negros se destacam no futebol no mundo inteiro, mas esse caminho pode ser doloroso, pois o racismo sempre esteve em campo. Nem mesmo Pelé escapou da descriminação. Assim que chegou ao Santos, Edson Arantes do Nascimento passou a ser chamado de “Gasolina” pelos outros jogadores do time. O apelido se referia à cor da substância que dá origem a esse combustível, o petróleo, negro como a sua pele. Ao longo da carreira, continuava a ser chamado por outras palavras como “crioulo’ e comparado à figura folclórica do Saci Pererê. São os termos que mais aparecem nos jornais dos anos 60 em referência a ele. Porém, Edson nunca se deixou abater. “O que eu ouvia me chateava tanto que eu ia lá e arrebentava o time adversário”, relatava Pelé.
Casos de discriminação racial fazem parte da história do futebol desde que o esporte chegou ao Brasil. No início, o esporte adotado pela elite excluiu os negros. No Brasil, em alguns clubes eles foram proibidos de jogar até a década de 1950, como no caso do Grêmio. O Vasco da Gama foi o primeiro clube a aceitar oficialmente esportistas negros.
O preconceito presente nos estádios no Brasil e no exterior reflete o existente nas sociedades. Mais do que nunca, estes episódios vergonhosos precisam acabar. O esporte existe para unir as pessoas e as nações e não para separá-los pela cor da pele ou por qualquer outro motivo.
Sempre em campo contra o racismo, a Fundação Palmares deseja uma Copa do Mundo pacífica e cheia de emoções. E que a Seleção Brasileira possa trazer para casa a taça do tão sonhado hexacampeonato. Sucesso ao técnico Tite, à sua equipe e aos nossos jogadores!