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Documentário apresenta retratos de um Estado negro
A Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar) e o grupo de trabalho Clóvis Moura lançaram, em Curitiba, o documentário fotográfico Paraná Negro. O livro, organizado pelo jornalista Jackson Gomes Júnior e com a participação do historiador Geraldo Luiz da Silva e o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Paulo Afonso Bracarense Costa, retrata 36 comunidades quilombolas paranaenses e consumiu um ano e meio de trabalho.
O jornalista conta como iniciou o projeto. “A idéia desse documentário fotográfico surgiu quando fiz um documentário sobre o assunto, chamado Terra Negra. O professor Costa, assistiu e se interessou pelo material. Fizemos uma reunião e decidimos seguir adiante com o projeto, até porque não há uma bibliografia extensa sobre o assunto. Além disso, queríamos mostrar o rosto dessas comunidades quilombolas, que viveram às margens do século XX”.
Para Costa, o trabalho é importante por mostrar que o Paraná possui essas comunidades. “É conveniente divulgar que o Paraná não é esse Estado europeu que tanto se prega. Os negros estão no nosso Estado há muito mais tempo do que os poloneses e italianos, por exemplo. O negro foi colocado para o segundo plano. Foram os braços negros que ajudaram a construir nossas riquezas. Eles merecem mais respeito e crédito por terem contribuído com o Paraná. O livro é uma forma de mostrar a gratidão por esse povo, que têm uma vida dura. Esperamos que eles tenham mais visibilidade”, afirma o professor.
O livro Paraná Negro não será comercializado. Ele será distribuído para escolas, universidades e bibliotecas espalhadas pelo Estado. Ele está sendo editado pela Imprensa Oficial. Parte da impressão será feita pela Fundação Palmares, órgão responsável pela preservação da cultura afro-brasileira, que vai distribuir o livro pelo País.