Brasília, 6/7/07 – Um Termo de Cooperação Técnica entre Brasil e Moçambique pode ser firmado até o final do ano. Pelo menos é o que se propõe efetuar o Governo Brasileiro, com a participação do Ministério da Cultura, Fundação Cultural Palmares/MinC e o Governo da República de Moçambique. Um passo inicial para a construção de ações entre os dois países na área cultural começou a se desenhar nesta quinta-feira (5), na visita do diretor do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, Paulo Zucula, e a também representante da instituição, Beatriz Costa. O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades é um órgão federal do Governo de Moçambique, ligado ao Ministério da Administração Estatal. Na ocasião, o diretor Paulo Zucula apresentou ao presidente da Fundação Cultural Palmares/Minc, Zulu Araújo, acompanhado pela chefe de Gabinete, Juscelina Nascimento, proposta de produção de um projeto conjunto entre os dois países nas áreas de Transferência Tecnológica, Intercâmbio Cultural, Economia da Cultura e Sustentabilidade.
As ações de promoção da Economia da Cultura e Sustentabilidade, explica Zucula, se darão em benefício a comunidades que vivem na região árida e semi-árida do país. Tem também a iniciativa de transformar e valorizar o artesanato local e as potencialidades que o mesmo pode trazer em benefício financeiro e inclusivo aos moçambicanos. O presidente da Fundação Cultural Palmares/MinC, Zulu Araújo, se mostrou bastante interessado em dar os primeiros passos para formalizar este acordo de cooperação, e, para isso, solicitou aos dirigentes moçambicanos para que encaminhem o projeto de trabalho para a instituição pública brasileira. Zulu Araújo lembrou aos presentes as inúmeras ações que a Fundação Cultural Palmares realiza em favor do intercâmbio para com os países africanos. Também declarou a prioridade do governo brasileiro, na gestão Lula, de dar ênfase e promover parcerias para o desenvolvimento do continente africano. A Fundação Cultural Palmares acompanha as discussões e a produção de uma agenda conjunta entre o Brasil e os países que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
CONHEÇA MELHOR:
A República de Moçambique é um país da costa oriental da África Austral, limitado a norte pela Zâmbia, Malawi e Tanzânia, a leste pelo Canal de Moçambique e pelo Oceano Índico, a sul e oeste pela África do Sul e a oeste pela Suazilândia e pelo Zimbabwe. No Canal de Moçambique, o país tem vários vizinhos, nomeadamente as Comores, Madagáscar, a possessão francesa de Mayotte e o departamento também francês de Reunião e as suas dependências Juan de Nova , Bassas da Índia e Ilha Europa. Uma antiga colónia de Portugal, desde o ano de 1500 e teve a sua independência em 1975. Faz parte da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). Sua capital e maior cidade é Maputo.
A penetração portuguesa em Moçambique, iniciada no início do século XVI, só em 1885 – com a partilha da África pelas potências europeias durante a Conferência de Berlim – se transformou numa ocupação militar, ou seja, na submissão total dos estados ali existentes, que levou, nos inícios do século XX, a uma verdadeira administração colonial. Depois de uma guerra de libertação que durou cerca de 10 anos, Moçambique tornou-se independente em 25 de Junho de 1975, na sequência da Revolução dos Cravos, a seguir à qual o governo português assinou com a Frelimo os Acordos de Lusaka. A seguir à independência, com a denominação de República Popular de Moçambique, o país seguiu uma política socialista, que teve que abandonar em 1987, quando foram assinados acordos com o Banco Mundial e FMI; esta mudança foi, em parte, resultado da guerra de desestabilização que o país sofreu entre 1976 e 1992.
Na sequência do Acordo Geral de Paz, assinado entre os presidentes de Moçambique e da Renamo, o país assumiu o pluripartidarismo, tendo tido as primeiras eleições com a participação de vários partidos em 1994. Para além de membro da União Africana e da Commonwealth, Moçambique é igualmente membro fundador da SADC – Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral.