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Dia Municipal em memória dos Mártires da Revolta dos Búzios
É celebrado em Salvador o Dia Municipal em Memória dos Mártires dos Búzios no dia (08) de novembro. Há 224 anos, jovens lutavam por meio de ideias como Liberdade, Igualdade e Fraternidade para que houvesse uma sociedade mais justa e democrática para todos.
Com objetivo de fortalecer a memória e incentivar o legado de resistência na luta contra o racismo, pela liberdade e igualdade de direitos, foi aprovada na Câmara Municipal, no dia 2 de outubro, pela vereadora Marta Rodrigues (PT), a Lei n.° 9513/2020, atendendo a demanda do Movimento Negro.
Os nomes dos líderes, João de Deus, Manuel Faustino, Lucas Dantas e Luiz Gonzaga foram incluídos pela ex-presidente Dilma Rousseff no livro nacional de heróis da pátria em 2011.
Este Dia Municipal é fundamental para incentivar o legado de resistência que eles deixaram. A Revolta dos Búzios, ou ainda Revolta dos Alfaiates, é anualmente relembrada pela comunidade negra na Bahia e remonta às lutas por liberdade no período da escravidão.
08 de novembro
A data marca o dia da morte, no ano de 1799, dos líderes da Revolta dos Búzios. A primeira revolução social do país, iniciada em Salvador, em 12 de agosto, com foco na abolição da escravatura, na liberdade e na justiça social.
Na ocasião, eles foram levados da cadeia, à época instalada nos porões do atual prédio do legislativo municipal, em direção à Praça da Piedade, onde foram mortos.
O que foi a Revolta dos Búzios?
Conjuração Baiana, também denominada como Revolta dos Alfaiates e recentemente também chamada de Revolta dos Búzios, foi um movimento de caráter emancipacionista, ocorrido no final do século XVIII (1798-1799), na Capitania da Bahia, no Brasil Colonial.
Sendo um movimento de caráter popular em que defendiam a independência e mais igualdade racial, um governo republicano, democrático, com liberdades plenas, o livre comércio e abertura dos portos como principais pontos, além de um salário maior para os soldados.
O movimento teve participação de profissionais como sapateiros, bordadores, alfaiates, além de pessoas sujeitas a escravidão.
A revolta teve grande influência de ideias iluministas, que ganharam força com a Revolução Francesa, além de alguns processos de independência no continente americano, como Estados Unidos e Haiti, com a Inconfidência Mineira.
A população se encontrava em um nível muito grande de insatisfação. Esse cenário começou alguns anos antes, quando foi decidido que Salvador deixaria de ser capital e que o Rio de Janeiro seria o novo local central da colônia.
Com a diminuição da atenção para a Bahia, recursos passaram a ser menor, o que provocou dificuldades administrativas. Havia carência de alguns alimentos e os impostos cobrados eram altos para a população, o que acabou culminando na revolta.
Entre os principais líderes do movimento destacaram-se os soldados, Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas e os alfaiates Manuel Faustino dos Santos Lira e João de Deus Nascimento. Os quatro conjurados eram negros e pardos, e foram condenados à forca.
A revolta pretendia surpreender o governo, contudo, acabou falhando, uma vez que um dos integrantes contou os detalhes dos planos, permitindo que forças militares fossem mobilizadas para reprimir os revoltosos.