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25 DE JULHO
Dia de celebrar o protagonismo da mulher no processo de libertação do povo negro
25 de julho. Dia de tirar o véu da invisibilidade que encobre as mulheres negras latino-americanas e caribenhas. Guerreiras que lutaram contra a escravização, fundando e comandando núcleos de resistência, como Tereza de Benguela, que liderou o “Quilombo de Quariterê” (Mato Grosso) por mais de 20 anos, no século XVIII, até ser assassinada.
O reconhecimento do papel das mulheres negras no processo de libertação ganhou impulso em 1992, com a instituição do dia 25 de julho como o “Dia da mulher afro-latina-americana e caribenha”, quando da realização, na República Dominicana, do primeiro encontro internacional dedicado ao tema.
BRASIL. No Brasil, a estratégia foi reforçada, em 2014, com a sanção da lei nº 12.987, pela presidenta Dilma Rousseff, criando, na mesma data, o “Dia nacional de Tereza de Benguela e da mulher negra”, e emprestando um rosto e uma história de bravura ao protagonismo das afrodescendentes no País.
Rainha Tereza, como é também conhecida, passou a liderar o refúgio depois que o companheiro, José Piolho, foi morto por prepostos da segurança pública de então. Instalada no Vale Guaporé, a comunidade era composta pelos povos oprimidos – indígenas e negros, sobretudo.
Com estrutura socioeconômica, política e administrativa significativamente desenvolvida, o quilombo sobreviveu de 1730 a 1795, quando foi destroçado pelo aparato repressivo de Estado, 25 anos após a prisão e o assassinato de Tereza de Benguela pelas forças de Luís Pinto de Souza Coutinho, então governador da capitania.
LUTAS. Datas comemorativas têm o propósito, dentre outros, de estimular o avanço das lutas pela estruturação de uma sociedade pautada pelos ideais humanitários. É o caso do 25 de julho, simbolicamente de grande relevância no Brasil, pela situação de desigualdade em que ainda se encontra a população negra – notadamente, as mulheres.
Alguns dados: de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 63% das casas chefiadas por mulheres negras estão abaixo da linha da pobreza, e 46% dessas mulheres ocupam a base da pirâmide econômica, enfrentando uma disparidade salarial significativa em comparação com todos os demais grupamentos.
Os indicadores apontam, dessa forma, para a necessidade de combate tanto ao racismo quanto ao machismo, sublinhando a importância do trabalho das organizações e movimentos de mulheres negras para a criação de espaços de resistência e empoderamento.
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