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Dia da Escola de Samba
O dia 11 de abril é considerado o Dia da Escola de Samba. A data foi escolhida por remeter ao dia da fundação do bloco carnavalesco Ouro sobre azul, criado, em 1923, por Paulo Benjamin de Oliveira, popularmente conhecido como Paulo da Portela, apelido que recebeu devido à Estrada do Portela, via que corta os bairros de Madureira e Oswaldo Cruz.
Pouco tempo depois, passou a se chamar Conjunto Carnavalesco Oswaldo Cruz, em referência ao bairro do subúrbio carioca onde o bloco havia sido fundado. Quem nos faz é o capricho foi outro nome que recebeu. Em 1930, o grupo passa por nova mudança em sua nomenclatura. Devido às grandes dificuldades que a agremiação teve para desfilar naquele ano foi rebatizada como Vai como pode. Nesse mesmo ano, os integrantes do bloco definiram o azul e o branco como suas cores oficiais.
Só no ano de 1935 é que foi escolhido o nome definitivo para a, agora, escola de samba Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela.
As escolas de samba e o carnaval
Na última década do século XIX, a cidade do Rio de Janeiro, que tinha herdado o status de capital da Colônia desde 1763 e que agora era a capital da recém-nascida República brasileira, tinha uma população de meio milhão de pessoas das quais metade era constituída de migrantes, a grande maioria vinda da Bahia, dentre os quais destacava-se o número de negros, escravos libertos e alforriados.
Esse grande contingente de negros que se fixaram entre o Morro da Conceição, a região da Pedra do Sal, da Praça Mauá, da Praça Onze, a Cidade Nova, o bairro da Saúde e a Zona Portuária da cidade, perímetro esse que ficou conhecido como pequena África, trouxe consigo seus hábitos, costumes, festejos, culinária, enfim, os elementos de sua cultura, dentre os quais destacavam-se o candomblé e os batuques.
Dos batuques realizados nas casas das Tias Baianas originou-se o samba, cujo primeiro registro fonográfico se deu em 1917 com a música Pelo telefone, composição de Donga e Mauro de Almeida.
O carnaval carioca, nos primeiros anos da década de 1920, ainda desconhecia as escolas de samba. A brincadeira ficava por conta dos ranchos e dos blocos carnavalescos.
Contudo, na segunda metade desse decênio, a chamada Turma do Estácio, que fez parte da segunda geração de sambistas, deu os contornos modernos do samba urbano carioca ao imprimir um ritmo mais cadenciado, marchado, ao mesmo tempo em que fundou a primeira escola de samba, Deixa Falar, em 1928.
A Deixa Falar, que funcionava realmente como uma escola, onde seus componentes ensinavam e difundiam o samba, bem como realizavam “embaixadas” (visitas) a outros redutos de samba como Mangueira, Oswaldo Cruz e Madureira, que no embalo do grupo do bairro de Estácio de Sá também tinham criado suas próprias Escolas, todavia, durou muito pouco tempo. Desfilou na Praça Onze nos carnavais de 1929, 1930 e 1931, não chegando a participar do primeiro concurso oficial das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, organizado em 1932 pelo jornal Mundo Esportivo e vencido pela Estação Primeira de Mangueira.
Em 1929, a Vai Quem Pode (embrião da Portela) venceu um concurso, porém este não foi nos moldes dos desfiles das escolas de samba, mas uma disputa entre grupos de sambistas, realizada em período pré-carnavalesco, organizado por Zé Espinguela.
Juntamente com as escolas de samba que ao longo dos anos 1930 saíram de uma condição de relativa aceitação para a subvenção paternalista, o samba-enredo tornou-se um dos símbolos nacionais. Os sambas dos desfiles das escolas passaram a ser constituídos por um enredo quando o Estado Novo de Getúlio Vargas assumiu a organização dos desfiles e obrigou que os sambas-enredo tratassem da história oficial do Brasil.
Com o passar das décadas os temas debatidos pelas escolas de samba se diversificaram, abordando questões de cunho social, cultural e econômico da sociedade brasileira e de outros povos e nações. As escolas de samba espalharam-se por todo o país e ainda hoje dominam o carnaval carioca, transformando-o em um grande negócio com forte impacto turístico e midiático.
Em tempo
Foi também no décimo primeiro dia de abril que nasceu Aniceto de Menezes e Silva Júnior, o Aniceto do Império, no ano de 1912. Ingressou no mundo do samba e do carnaval por conta da mãe, Dona Crispiana, que formou em sua residência a Escola de Samba Capricho do Engenho Novo, da qual Aniceto era diretor de harmonia.
Passou por inúmeras escolas de samba, como a Unidos de Rocha Miranda, a Na Hora é Que Se Vê, a Rainha das Pretas, a União do Sampaio e a Unidos do Riachuelo. Em torno de 1935, ingressou na Escola de Samba Prazer da Serrinha.
Juntamente com Silas de Oliveira, Tia Eulália, Mestre Fuleiro, Mano Décio da Viola, Tia Maria de Lourdes Mendes (Tia Maria do Jongo da Serrinha), dentre outros, ajudou a fundar a Escola de Samba Império Serrano, em 1947, e ganhou o cargo de orador oficial.
Dividia sua vida entre o samba e o Cais do Porto, onde era estivador e o líder do Sindicato dos Arrumadores. Somente em 1977, aos 65 anos, gravou o seu primeiro disco, Quem samba fica. Ainda em 1977, gravou com Nilton Campolino, seu companheiro no Império Serrano. Um ano depois, participou do LP Os bambas do partido- alto. No ano de 1984, lançou o disco Partido- alto nota 10, contando com as participações especial de João Nogueira, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Martinho da Vila, dentre outros sambistas de renome.
Aniceto era considerado um partideiro imbatível e mentalmente ágil. Inspirado nos pontos de demanda do jongo, desenvolveu um tipo peculiar de partido-alto, até então não praticado. Seu método consistia em diálogo entre o solista e a roda, chamadas e respostas – provocações de quem sabia improvisar com elegância e genialidade.
Morreu em 19 de julho de 1993.
Fontes:
http://goo.gl/eqB64r
https://goo.gl/xRfvsd
https://goo.gl/fZYDE3
http://goo.gl/4NqYZY
https://goo.gl/VYlyOs
http://goo.gl/x6YgPM
http://goo.gl/1qm69G
https://goo.gl/6XXTKC