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Dia 02 de fevereiro marca festa a Iemanjá
Pode não ser feriado oficial, mas isso não impede que, no dia 02 de fevereiro, milhares de pessoas façam suas oferendas à Iemanjá, na praia do Rio Vermelho, em Salvador, Bahia. O mesmo acontece também nas praias do Rio de Janeiro, onde a tradição é forte. O orixá, considerado a rainha do mar, faz parte da religiosidade de matriz africana presente na cultura brasileira.
A fila para depositar flores, presentes, pedidos nos balaios que serão levados ao mar começa pela manhã. À tarde, os barcos saem e levam os balaios cheios de oferendas à Iemanjá. Os presentes devolvidos à praia pela maré são os que a rainha do mar não aceitou.
Este ano, vários shows vão celebrar o dia 02 de fevereiro em Salvador. A partir do meio-dia, duas festas começam simultaneamente: o Baile de Iemanjá, comandado pelos DJs Camilofróes e El Cabong, além da participação do grupo Baiana System, na Boomerangue, e o Iemanjá Light, animado pela banda SR40 e pelo DJ Fábio Mendes, no Snooker Bar. Na Praça Brigadeiro Faria, às 17h, o cantor e compositor Lazzo Matumbi recebe convidados especiais no evento Pôr-do-Sol, dando continuidade às homenagens à rainha do mar.
Iemanjá é celebrada em muitos outros locais da Bahia e em outros estados. No sul do país, no mesmo dia é celebrada Nossa Senhora dos Navegantes, uma festa do catolicismo. Tal fato é característico do sincretismo religioso existente no país.
Saiba mais
Iemanjá e Orunmilá eram casados. Orunmilá era um grande adivinho. Com seus dotes sabia interpretar os segredos dos búzios. Certa vez Orunmilá viajou e demorou para voltar e Iemanjá viu-se sem dinheiro em casa. Então, usando o oráculo do marido ausente, Passou a atender uma grande clientela e fez muito dinheiro. No caminho de volta para casa, Orunmilá ficou sabendo que havia em sua aldeia uma mulher de grande sabedoria e poder de cura, que com a perfeição de um babalaô jogava búzios. Ficou desconfiado. Quando voltou, não se apresentou a Iemanjá, preferindo vigiar, escondido, o movimento em sua casa. Não demorou a constatar que era mesmo a sua mulher a autora daqueles feitos. Orunmilá repreendeu duramente Iemanjá. Iemanjá disse que fez aquilo para não morrer de fome. Mas o marido contrariado a levou perante Olofim-Olodumare. Olofim reiterou que Orunmilá era e continuaria sendo o único dono do jogo oracular que permite a leitura do destino. Ele era o legítimo conhecedor pleno das histórias que forma a ciência dos dezesseis odus. Só o sábio Orunmilá pode ler a complexidade e as minúcias do destino. Mas reconheceu que Iemanjá tinha um pendor para aquela arte, pois em pouco tempo angariara grande freguesia. Deu a ela então autoridade para interpretar as situações mais simples, que não envolvessem o saber completo dos dezesseis odus. Assim as mulheres ganharam uma atribuição antes totalmente masculina.