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Deputada Benedita da Silva movimenta Fundação Palmares
Deputada Benedita da Silva visita a Fundação Palmares e mobiliza servidores e colaboradores
Bonito de se ver, o encontro entre a deputada federal Benedita da Silva (RJ) e o presidente da Palmares, João Jorge Rodrigues. O local foi a nova casa da Fundação, que a parlamentar conheceu – e aprovou –, nesta quarta (09).
Mas o significado transcendeu a visita ao prédio da instituição.
Servidores, dirigentes e colaboradores deram uma pausa nos afazeres para recepcionar a deputada – símbolo vivo da luta contra a opressão do povo negro. Exemplo de resiliência, de força, de sucesso para muitos dos que ocupam a casa da cultura afro-brasileira.
Guiada pelo comandante da instituição, a deputada percorreu as novas instalações da Palmares, desacelerando os passos ante paredes, portas e janelas que contam histórias por meio de fotografias, grafismos, ilustrações, cartazes...
– Isso aqui está belíssimo, está digno! E o trabalho está fluindo!
Palavras-síntese de uma mulher que, como lembrou o presidente João Jorge, ajudou a construir o sonho que muitos diziam impossível – o de erguer um espaço-referência para o resgate, a preservação e o fortalecimento da memória e da cultura afro-brasileiras.
Mulher-inspiração, como conceituou o presidente da entidade, lembrando o papel central desempenhado pela ativista nos movimentos negro e de mulheres, entre outras – muitas – batalhas que enfrentou e enfrenta, em prol da população negra.
Trajetória Ex-moradora dos chamados espaços periféricos das favelas, que teve a infância roubada, vendendo limões e amendoins pelas ruas da cidade para sobreviver, tornou-se senadora (a primeira negra do Brasil), governadora (do Rio), ministra (da Assistência e Promoção Social) ...
Trajetória que inspira e que enfurece os que querem manter os afrodescendentes nos mais baixos patamares da sociedade brasileira, e para isso tentam desqualificar, ironizar, desdenhar de uma das mais dignificantes representações da identidade negra.
– Nós lhe adoramos, Benedita!
Na frase singela, a manifestação de apoio do presidente da instituição, que, sob os olhares e ouvidos atentos de sua equipe, conduziu o bate-papo, permeando austeridades com descontrações para tratar, com leveza, de coisa séria.
Trato. Benedita da Silva sublinhou a importância de um espaço institucional como o da Fundação para a preservação da memória dos negros. “Todo esse acervo que a Palmares tem aqui não caberia em nenhuma instituição no País”, avaliou, sob aquiescência de João Jorge.
Enaltecendo o trabalho que vem sendo realizado, creditou o sucesso “à dignidade do presidente Lula, de deixar a Palmares nas mãos daqueles que conhecem a história dos negros e negras desse País, que conhecem o acervo que havia sido praticamente jogado no lixo”.
O líder da Fundação corroborou as falas da deputada, aproveitando para solicitar sua ajuda, no Parlamento, para a canalização de recursos para a Palmares, na perspectiva de recuperar o patrimônio afro-brasileiro, como o Cais do Valongo (RJ), por exemplo.
– Não podemos fazer a Palmares sem Benedita. Precisamos do apoio de Benedita.
– Estamos aqui para cooperar com a Fundação, o primeiro instrumento institucional da cultura afro-brasileira.
Trato selado.
Visita finalizada.