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Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira é chefiado por Ebnézer Nogueira
Nomeado para exercer o cargo de diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira (DEP) da Fundação Cultural Palmares (FCP), o músico Ebnézer Maurilio Nogueira da Silva foi nomeado nesta terça-feira (07) e tem como prioridade inteirar-se das ações da área. “É importante primeiro saber o que já foi feito dentro dos limites do que a lei permite e dentro das possibilidades escassas da Fundação no que diz respeito aos recursos financeiros”, afirma destacando que é uma pretensão que os projetos da entidade que melhor atendem à comunidade sejam mantidos.
O DEP é o setor da Fundação que tem a missão de fomentar, valorizar e preservar a cultura e o patrimônio cultural afro-brasileiro, priorizando a atuação articulada entre as ações do Governo Federal, os grupos culturais e os atores da sociedade civil. Convidado pelo presidente Sérgio Camargo, Silva que tem olhar sensível às artes, traz como bagagem para a gestão as experiências que teve como coordenador dos cursos de graduação e de pós-graduação em Música da Universidade de Brasília (UnB), sua participação como ex – membro do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB/UnB), tendo acompanhado os preparativos da política de cotas da universidade, e os papeis que exerceu como diretor da Casa de Cultura da América Latina (CAL) e como líder sindical enquanto presidente e vice da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB).
Com relação ao público da Fundação, o novo diretor vê a cultura como universal e considera que todas as demandas são importantes e precisam ser atendidas sempre que possível. “Distinção não é algo que eu gosto de pensar, mas se pensarmos neste contexto, brancos não deveriam tocar jazz”, exemplificou Silva. “Acho que a cultura pode ser de brancos ou de negros, mas claro que a cultura afro-brasileira será fomentada ao máximo”, enfatizou.
Recursos e ações – De acordo com Silva, a FCP tem um caráter diferenciado em relação a outras instituições no que se refere a população negra. “Essa população tem um passado que não é colocado na televisão, em filmes, não escrevem-se livros sobre isso. É importante que essa história seja resgatada e que, assim, se desmitifiquem coisas que talvez não sejam as mais exatas”, afirma.
Nesse contexto, ele ressalta que a Fundação tem como dever trabalhar o resgate histórico pertinente a todos os brasileiros e vê com seriedade a contribuição que tem a oferecer para que isso aconteça. “Gostaria de ter recurso suficiente à execução de todos os projetos, mas sei que as coisas têm limites e que devemos trabalhar da melhor maneira com o que teremos disponível”, concluiu.
Ebnézer Maurilio Nogueira da Silva – Nascido em São Paulo em 1962, filho de uma dona de casa e de um sargento da Polícia Militar do estado, cresceu em Brasília onde teve a oportunidade de estudar na Escola de Música. Aos 18 anos ganhou uma bolsa para seguir os estudos em Chicago, onde passou seis anos. Na sequencia se dividiu entre períodos no Brasil e nos estados de Ohio e Flórida, nos Estados Unidos, onde cursou o mestrado e o doutorado em Música. Em 1994 retornou à capital federal onde logo ingressou como professor da UnB.
Casado com uma diretora da escola pública do DF, Silva é pai de três filhos, dois já formados nas áreas de Agronomia e Línguas-Francês. A filha mais nova estuda Administração. Dedicado à família da qual fala com emoção, está à disposição para participar da equipe de gestão da FCP. Devido às orientações referentes ao controle da pandemia COVID-19, no momento trabalha remotamente como os demais funcionários da Fundação, até novas orientações do Ministério da Saúde.