Notícias
Dança para conscientizar
Por Joceline Gomes
Uma oficina gratuita de dança negra no Distrito Federal – esse foi o projeto apresentado pela Companhia Experimental de Dança Negra Contemporânea Mário Gusmão (CEDANCOMG) ao 1º Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras. Escolhido pela Palmares, o projeto Bata-Kotô vem sendo realizado desde março, e culmina, este mês, com o espetáculo de mesmo nome.
Com direção e concepção do coreógrafo e bailarino Júlio César Pereira, o espetáculo é composto por quatro coreografias. A primeira faz uma releitura do massacre de jovens em Soweto, prestando uma homenagem às mães que perderam seus filhos no lamentável acontecimento. A segunda, “Senhora dos Raios”, representa a energia de Iansã. Tambores marcados abrem “Azeviche”, coreografia que apresenta a agonia e o silêncio dos navios negreiros. A história desenvolvida ao longo deste ato é finalizada com a ascensão do povo negro e com a união entre as pessoas – temática, também, da quarta coreografia, “Bata Kotô”, que é a grande festa de confraternização de todas as etnias.
O projeto Bata-Kotô, com as oficinas e o espetáculo, visa desenvolver um pensamento crítico e um legado para a comunidade negra do Distrito Federal, estimulando a disseminação dessa cultura tão rica, dinâmica e contraditória.
A companhia A Companhia Experimental de Dança Negra Contemporânea Mário Gusmão (CEDANCOMG) foi criada em 2007, por iniciativa do músico, arte-educador, coreógrafo e bailarino Júlio César Pereira, que há mais de 10 anos promove oficinas no Distrito Federal. A CEDANCOMG desenvolve um trabalho único de dança negra a partir da experimentação de múltiplas estéticas da dança, não só de base afro-brasileira, numa perspectiva contemporânea. Balé, hip hop, dança contemporânea, kempô, capoeira e danças populares compõem a pesquisa estética da Companhia. Ao preservar a matriz da dança negra, abrange ainda elementos que remetem a lendas e histórias de raízes africanas, costumes, mitologias dos orixás e musicalidade. Serviço |