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Dança e artesanato na inauguração da Fábrica de Farinha Quilombola
Os equipamentos doados pela Fundação Cultural Palmares à Casa de Farinha
Por Joceline Gomes
Dança tradicional, exposição de artesanato e um almoço caprichado no último domingo, dia 22. A comunidade quilombola de Pombal, no município de Santa Rita do Novo Destino, em Goiás, estava em festa. A alegria reluzente nos olhares e sorrisos tinha nome: era inaugurada a “Casa de Farinha Quilombola”, cujos equipamentos foram doados pela Fundação Cultural Palmares.
Localizada a 400 km de Brasília, a comunidade recebeu cerca de 200 pessoas para comemorar essa grande conquista. A festa durou todo o dia, e contou com a presença do prefeito de Santa Rita do Novo Destino, José Eustáquio, do prefeito de Uruaçu, Lourenço Pereira, de outras autoridades locais e de representantes da Fundação.
O artesanato das mulheres quilombolas encheu os olhos dos visitantes, mas foi a Dança de Tambor, patrimônio cultural de Pombal, que fez o público se balançar timidamente conforme o marcado ritmo. A dança da Catira, ritmo folclórico da região Centro-Oeste, também animou a plateia, que acompanhou a apresentação com olhos e ouvidos atentos.
Ao final da tarde, assistindo a outra apresentação cultural da comunidade, um coquetel servido com alimentos fabricados com a mandioca e seus derivados, plantados em Pombal e na região próxima, satisfez até aos paladares mais exigentes, que já puderam ter uma ideia dos produtos que a Casa de Farinha ajudará a produzir.
PROJETO – O projeto da Fábrica de Farinha foi totalmente voluntário. O engenheiro José Barbosa Junior apresentou um esboço à comunidade, que o apresentou ao poder público. Projeto aprovado, é hora de buscar parcerias junto a diversos órgãos federais, estaduais, municipais e empresas privadas para sua implementação, o que a comunidade tirou de letra.
Os equipamentos foram doados pela Fundação Cultural Palmares e o investimento para a construção do galpão-sede foi adquirido por uma parceria com uma empresa privada, que custeou os mais de R$700 mil necessários para a obra. Em todo o processo foi usada mão de obra local, ou seja, o empreendimento gerou renda para a região desde o início.
O projeto consiste em um espaço multiuso, que engloba o galpão da fábrica e uma sala de depósito, e, na área externa, a sala de reunião, a sala da diretoria e uma cantina. A Casa de Farinha está localizada na região central da comunidade, que pretende transformá-la, também, em um centro multicultural – um espaço para discussões, reuniões, e para resgatar as tradições do quilombo.
CAPACITAÇÃO – Após a inauguração, a comunidade está empenhada em conseguir mais parcerias para promover a capacitação de seus moradores para a utilização adequada dos equipamentos, para a gestão participativa do empreendimento e para a qualificação da produção.
Para Edi Freitas, representante da Fundação Cultural Palmares na inauguração, a Casa de Farinha simboliza uma nova fase para a comunidade de Pombal, com geração de renda e qualificação da mão de obra. “Essa é uma conquista de toda a comunidade, todos terão o seu trabalho reconhecido. Além disso, o projeto irá colaborar para o desenvolvimento econômico da região”, disse.