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Conselho Curador da FCP se reúne para primeiro dia de deliberações
Membros do Conselho Curador da FCP
Por Daiane Souza
Teve início na manhã desta segunda-feira (25) a primeira reunião do Conselho Curador da Fundação Cultural Palmares (FCP) sob a gestão do ator e produtor cultural Hilton Cobra, à frente da instituição há 15 dias. As prioridades do encontro que deve seguir até a terça-feira (26) na sede em Brasília, são a aprovação do Relatório de Gestão 2012 e a apreciação da minuta do Regimento Interno do Conselho.
Em sua primeira experiência a frente desse conselho, o presidente destacou seu empenho na busca pelo melhor. “Temos uma equipe muito bem preparada e intencionada para os próximos dois anos de gestão. Só precisamos de melhorias estruturais para a qualificação do trabalho”, disse ressaltando que as tarefas da Fundação precisam ser mais bem definidas e organizadas. Para que esse objetivo seja alcançado, propôs mudanças.
Nesse sentido, Hilton Cobra comentou o trabalho que vem sendo realizado pelo Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro (DPA). Segundo ele, as medidas e ações desenvolvidas pelo setor precisam ser mais equilibradas quando se trata de comunidades quilombolas e de terreiros de matriz africana. “O foco ainda está muito voltado aos quilombolas, mas os dois grupos precisam ser devidamente atendidos”, destacou.
Seu posicionamento também teve como argumento o fato de que as iniciativas da FCP são muito direcionadas ao social quando o papel da instituição é promover, preservar e divulgar a cultura negra. “Não podemos esperar as ações sociais para que as de cultura cheguem aos quilombolas. Elas precisam acontecer independentemente de serem conjuntas”, afirmou o presidente.
Alexandro Reis, diretor do DPA, esclareceu que as ações servem de base para que o desenvolvimento cultural aconteça naturalmente. “São oferecidas capacitações, atendimento à comunidade e acompanhamento para que, estruturadas, as comunidades façam sua própria divulgação cultural”, disse. Diante desse cenário, o presidente se posicionou na defesa de ações que sejam pensadas a partir dos resultados, que sejam conjuntas com outros órgãos do Governo, e que assim estimulem às associações quilombolas para o seu desenvolvimento.
Arte e Cultura – Martvs das Chagas, diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira, apresentou o trabalho do setor como característico de ações estruturantes, como os Núcleos de Formação de Agente Cultural da Juventude Negra (NUFACs). Segundo ele, são medidas de formação continuada onde, por exemplo, jovens recém-saídos do Ensino Médio têm a oportunidade de capacitação e de serem direcionados ao mercado de trabalho.
Ele analisa que a presença dos negros na sociedade é muito bem marcada quando se fala em trabalho. “Ou eles estão como artistas ou músicos, ou como carregadores de equipamentos e iluminadores”, disse. “A proposta é oferecer condições para que os jovens negros entrem na cadeia de produção de modo que não estejam presentes somente no topo ou na base da pirâmide social”, enfatizou.
Entre outras temáticas abordadas pela manhã, Hilton Cobra destacou a necessidade de se atender aos artistas e produtores culturais negros. De acordo com ele, as duas categorias precisam ser contempladas de maneira justa, pois têm condições de competir em qualidade com o mercado nacional, mas precisam de apoio no que diz respeito à divulgação e a uma política que garanta o retorno financeiro compatível. “O problema está na captação. Isso nós podemos mudar”, concluiu.