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Comunidades quilombolas querem garantia de seus direitos
Representantes das comunidades quilombolas de Minas Gerais, da cidade de Paracatu – São Domingos, Família dos Amaros e Machadinho -, estiveram ontem (23) à tarde na Fundação Cultural Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura. Eles foram recebidos pelo diretor do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro, Maurício Reis, e pela procuradora da Palmares, Dora Bertúlio.
A reunião foi marcada com as comunidades após uma audiência pública ocorrida em Patos de Minas, no final do ano passado, ocasião em que os quilombolas fizeram relatos de perseguição pela mineradora RPM.
“Chamamos a comunidade para esta reunião, a fim de resgatarmos as histórias contadas na época e ver que atitudes necessárias e de nossa competência adotar para a proteção e garantia dos direitos dessas comunidades”, explica Dora. Segundo ela, é preciso intervenção no processo de violação da integridade física, degradação ambiental e restrição de produção por conta da expansão das atividades da mineradora.
Os quilombolas, de comunidades já certificadas pela Palmares, fizeram um relato da situação em que vivem há mais de 40 anos pressionados pela mineradora RPM. “É pressão para vendermos as terras, falta acesso ao nosso território como as cachoeiras do local, além da poluição dos rios e a devastação das matas”, denunciam.
O presidente do Ponto de Cultura Fala Negra, Jurandir Dario, disse que as comunidades precisam do apoio da Palmares, uma vez que vários membros da comunidade já estão morrendo, o que aumenta ainda mais o sentimento de desolação. “Cada um que morre leva um pouquinho das nossas esperanças”.
Para ele, o contato com a Fundação é fundamental para a autonomia dos quilombolas e para a proteção de suas comunidades. “Muitas vezes os quilombolas têm medo de falar”, lamenta.
Segundo relatos, da área rica em ouro de superfície chegam a ser retirados quatro helicópteros do metal por semana.
Assessoria de Comunicação da FCP