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Comunidade Quilombola de Mesquita recebe visita de alunos da Escola Municipal do Lago Azul
Nesta quinta feira (15), alunos e professores da Escola Municipal do Lago Azul, localizada no entorno de Brasília, visitou a comunidade Quilombola de Mesquita – GO. O intuito da vista faz parte do planejamento de disciplina do professor de história Thales, que está trabalhando com seus alunos o tema regularização fundiária.
Mesquita é uma comunidade quilombola localizada a 50 km da capital federal. Com mais de 250 anos de história, existência e resistência, esse quilombo é berço de uma vasta cultura herdada dos ancestrais escravizados. Com um território bem localizado e de fácil acesso, Mesquita se torou uma das principais rotas de turistas do entorno de Brasília.
Na chegada à comunidade, os alunos foram recepcionados no espaço Ponto de Memória do Quilombo Mesquita. O museu foi montado na primeira igreja de Mesquita, uma pequena construção da arquitetura goiana do século XX, erguida pelos moradores mais antigos. Depois de conhecer o museu, os estudantes estiveram no Santuário de Nossa Senhora da Abadia, onde ocorrem missas aos domingos de manhã e novenas, que são rezas praticadas por pessoas da comunidade.
Nossa senhora da Abadia é a padroeira do Quilombo Mesquita, contam os mais velhos que a santa foi doada para o senhor Malaquias, morador da comunidade. Seguindo a tradição católica de que “todo santo tem que ter uma casa” , os quilombolas construíram uma igreja pequena e aconchegante feita de madeira, tijolos de barro amassado (adobe) e telhas feitas nas coxas . Já o Santuário de Nossa Senhora da Abadia foi construído também pelos quilombolas; as obras iniciaram nos anos 2000 e estão sendo concluídas aos poucos. Para arrecadar fundos para a nova construção, foi criada a Festa do Marmelo, que celebra a colheita do fruto que é cultivado no território, onde toda renda é aplicada na finalização da nova casa da santa. Em agosto, é celebrado o dia da Abadia, com pousos de folia e novenas durante 15 dias.
Em seguida, os jovens e professores conheceram o viveiro do Quilombo, que é um espaço onde são produzidas mudas de árvores nativas do cerrado. Nesse momento, foi explicado mais sobre o território quilombola: Mesquita surge quando essas terras foram doadas para três mulheres escravizas, aqui elas deram início a geração atual. São mais de 250 anos de história, de cultura e resistência preservada e passada de pai para filho. Mesquita foi certificado e reconhecido pela Fundação Cultural Palmares em 2006, o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação ( RTID ) foi publicado em 2015.
Finalizando a visita, todos conheceram o casarão antigo do século XVII que se encontra no Quilombo Mesquita. “Foi muito importante essa visita a esse quilombo que fica tão perto de Brasília, mas muitos não sabem da grande história que aqui tem. Foi muito enriquecedor para os alunos, pois eles tiveram a oportunidade de conhecer a história de um povo fora dos livros” relata o professor Thales.