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CNIRC divulga lista completa do acervo da Palmares
Bibliotecário Henrique Bezerra com um dos quadros que compõe o Acervo da Palmares
O Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIRC) publicou nesta quinta-feira, dia 21, a listagem do Acervo Iconográfico e Museológico da Fundação Cultural Palmares ( veja aqui ). Pela primeira vez, o cidadão brasileiro tem acesso à totalidade da listagem. “Já havíamos publicado a lista completa do nosso acervo bibliográfico, e agora publicamos a lista também completa do acervo museológico e iconográfico. Esse é o primeiro passo para uma avaliação completa do acervo, baseado em critérios técnicos, históricos e conceituais”, explica o bibliotecário Henrique Bezerra de Araújo, pós-graduando em Museologia e Coordenador de Estudos e Pesquisa da Fundação Cultural Palmares.
Entre as peças existentes, encontram-se fotografias, esculturas, artesanato, brinquedos infantis, documentos, vasos de barro e porcelana, desenhos, maquetes e instrumentos musicais. “Em sua absoluta maioria, tratam-se de peças contemporâneas e de cunho de registro, a exemplo de fotografias de eventos, recortes de jornais emoldurados e pôsteres publicitários. A parte artística é extremamente modesta. Esculturas, por exemplo, são apenas 14 peças. Pinturas, apenas 30”, relata Henrique.
“Essa lista quantitativa do acervo iconográfico e museológico da Fundação Cultural Palmares, que hora apresentamos, é o primeiro passo para sabermos, de uma vez por todas, qual foi o verdadeiro legado que trinta anos de gestões deixaram para a atualidade”, resume Marco Frenette, coordenador-geral do CNIRC, departamento responsável pelo acervo da Fundação.
Peças que compõem o Acervo, agora estão expostas nos corredores da Fundação
“É preciso que os itens reunidos em uma coleção formem um conjunto relativamente coerente e expressivo, apresentando valor cultural, histórico, estético, artístico ou documental. Sem essas premissas não há coleção. Há somente um amontoado de objetos que não dialogam entre si”, explica Henrique Araújo.
Ainda de acordo com o especialista, a realização de um Levantamento do Acervo se justifica não só pela importância de se conhecer os objetos existentes, mas, sobretudo, por ser um procedimento padrão e necessário, capaz de verificar com dados concretos a realidade do acervo.
Diante disso, após a identificação dos objetos que são salvaguardados pela Palmares, concluiu-se que o “valioso acervo” citado quase que diariamente pelas antigas gestões, pela Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, mídia e partidos políticos, jamais existiu. O próximo passo será a elaboração de etiquetas de identificação, a inserção de um sistema de numeração nas peças e a produção de um diagnóstico do acervo, tudo com a supervisão de um profissional museólogo registrado no Conselho Regional de Museologia da 4ª Região (COREM4) e esteja lotado em uma das instituições vinculadas ao Ministério do Turismo. Essas atividades darão subsidio para a construção do Plano Museológico da Fundação Palmares.
Por Fundação Cultural Palmares