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Cento e oitenta e oito anos do nascimento de Luís Gama são lembrados
Nessa quinta-feira (21), comemoraram-se os 188 anos do nascimento do escritor, advogado e jornalista Luís Gama, um dos nomes mais relevantes do movimento abolicionista brasileiro. Ele nasceu no dia 21 de junho de 1830, em Salvador (BA).
Luis Gama era filho de uma mulher negra livre chamada Luiza Mahin. Ela foi uma das principais lideranças da Revolta dos Malês, na capital baiana. Com a derrota dos rebeldes, Luiza acabou exilada. Tempos depois, Luís foi vendido como escravo pelo próprio pai, que era viciado em jogos e usou o filho para quitar dívidas.
Levado ao Rio de Janeiro, foi comprado pelo alferes Antônio Pereira Cardoso, dono de uma fazenda em Lorena, no interior de São Paulo. Lá, por conta da amizade com o estudante Antonio Rodrigues do Prado Júnior, aos 17 anos, teve acesso ao estudo, aprendendo a ler e a escrever. Com 18, resolveu fugir para a cidade de São Paulo, onde se alistou na Força Pública da Província e se graduou como cabo. Tempos depois, foi expulso da corporação, acusado de insubordinação. Segundo Gama, ele apenas respondeu ao insulto de um oficial.
Em São Paulo, trabalhou na imprensa como poeta e jornalista. Autodidata, exerceu a profissão de advogado. Atuou combativamente contra a escravidão e conseguiu libertar mais de 500 pessoas. Influenciou o movimento abolicionista brasileiro. Infelzimente, não viveu para presenciar o fim da escravatura. Luís Gama morreu no dia 24 de agosto de 1882. Seu sepultamento no Cemitério da Consolação atraiu aproximadamente 3 mil pessoas, o que na época equivalia a quase 10% da população paulistana. Quase 136 anos após sua morte, seu legado permanece vivo como inspiração para a luta pela igualdade racial.