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Celebração da Serra da Barriga marca evento em Maceió
Em clima de festa, foi aberta a XV Reunião da Comissão de Patrimônio Cultural do Mercosul, por conta do reconhecimento da Serra da Barriga, em Alagoas, como Patrimônio Cultural deste bloco. A cerimônia aconteceu na noite de quarta-feira, 8 de Novembro, no Teatro Marechal Deodoro, no centro de Maceió.
A solenidade contou com a participação de representantes da Fundação Cultural Palmares (FCP), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Mercosul, do governo de Alagoas, das prefeituras de Maceió e União dos Palmares, além de acadêmicos, povos de terreiro, quilombolas, membros do Movimento Negro e da sociedade civil.
A diretora de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro da Fundação Palmares, Carolina Nascimento, celebrou o título como um marco para a luta dos afro-brasileiros pela igualdade. “A Palmares trabalhou ativamente com o Iphan por este título, concedido a um lugar que é referência na luta dos nossos ancestrais pela liberdade. No Quilombo dos Palmares, eles eram livres e podiam exercer sua religiosidade. Damos agora um passo para, quem sabe, conquistar o reconhecimento como Patrimônio Cultural da Humanidade”, afirmou Carolina.
O prefeito de União dos Palmares, município onde se localiza a Serra da Barriga, Areski de Freitas, também destacou a importância do título. “Nossa expectativa era enorme em relação a esse reconhecimento do Mercosul. Que aumente o pertencimento dos brasileiros pela Serra, espaço em que tantos deram a vida pelo sonho da liberdade”, assinalou o prefeito.
Representantes dos povos de terreiro e do Movimento Negro também consideraram que o título de Patrimônio Cultural do Mercosul dará mais visibilidade à Serra da Barriga. “Estou engajada nesta luta há anos e vejo com muita alegria a conquista deste título por um local que é um verdadeiro museu a céu aberto”, disse a professora Ângela Maria Bahia.
“Este reconhecimento permitirá que venham mais políticas públicas para as pessoas que vivem na região”, ressaltou Pai Célio de Iemanjá. “Faltam palavras para definir a importância desta valorização do nosso maior patrimônio. É uma glória”, comemorou Mãe Neide de Oya D’Oxum. “Isso significa uma felicidade para os povos afro porque mostra que Zumbi dos Palmares continua vivo, influenciando nossa luta”, destacou Mãe Mirian de Nanã.
Marcelo Araújo