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Campanha contra racismo no futebol ganhará redes sociais
Organizadores e palestrantes do Fórum no Rio
Por Jacqueline Freitas
Na sociedade da informação e da globalização, “viral” é o termo utilizado pela publicidade e pelo marketing para definir uma técnica de divulgação que se utiliza das redes sociais. A ideia é que o processo, denominado “viralização”, se assemelhe ao de uma epidemia – proliferando com a maior rapidez e atingindo o maior número de pessoas.
Segundo o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Processamento de Dados, Serviços e Informática e Similares (Fenadados), Carlos Alberto Valadares Pereira, foi com esta proposta que a Federação selou parceria com a Fundação Cultural Palmares ao patrocinar a realização do Fórum Racismo no Futebol, cuja segunda edição aconteceu nos dias 21 e 22 de maio, no Rio de Janeiro.
A partir de sua área de atuação, que é a tecnologia da informação, a Fenadados abraçou a campanha, à qual pretende dar ampla divulgação, além das discussões no Fórum. “A expectativa é continuar realizando o Fórum e utilizando as redes sociais. O Rio de Janeiro é, hoje, um cenário fundamental para este debate, pois em breve teremos aqui os maiores eventos do esporte”, afirmou Carlos Alberto.
O secretário de Igualdade Racial da Fenadados, Luís Carlos Garcia, complementou o presidente da entidade, informando que existe o objetivo de expandir os debates para outras modalidades esportivas, assim como para outras cidades brasileiras. Garcia anunciou que o próximo Fórum deverá ser realizado em Fortaleza (CE).
Racismo no futebol – O eixo central do Fórum vem sendo abordado por meio dos seguintes temas: “A valorização da pluralidade étnica”, “Contexto e casos de racismo no futebol”, “Os danos psicológicos e emocionais causados pelo racismo” e “Direito, futebol e jurisdição: as representações sociais da discriminação racial”. Na primeira edição, realizada em Sergipe, e na do Rio de Janeiro, o segundo tema ficou a cargo do presidente da Fundação Cultural Palmares, Eloi Ferreira de Araujo que aproveitou a ocasião para lembrar a importância do Estatuto da Igualdade Racial como a primeira lei em defesa da população afro-brasileira. “O Estatuto é a ferramenta legal de que dispomos para combater todo tipo de racismo, e refletir sobre isso é importante num momento em que o Brasil se prepara para sediar grandes eventos, inclusive fora do esporte”, afirmou o presidente da FCP.
Eloi Ferreira também destacou a iniciativa da Organização das Nações Unidas que estabelece, a partir de dezembro de 2012, a Década dos Povos Afrodescendentes: “Felizmente, a ONU percebeu que somente um ano não foi suficiente para assegurar aos negros os seus direitos, e temos os próximos 10 anos para criar e estabelecer políticas públicas que viabilizem uma sociedade mais justa, fraterna e de oportunidades para todos sem distinção”, finalizou.
Homenagem – A abertura do evento no Rio contou com uma homenagem ao Clube de Regatas Vasco da Gama, o time carioca pioneiro no combate à desigualdade racial no esporte. Há 89 anos, o clube se recusou a demitir seus jogadores negros, condição imposta para que participasse do campeonato do ano seguinte, no episódio que se tornou conhecido como “Camisas Negras”.