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Bróder participa do festival de Berlim
O longa-metragem de ficção Bróder foi escolhido para representar o Brasil no 60º Festival Internacional de Cinema de Berlim, na Mostra Panorama. O filme do diretor Jefferson De criou polêmica por ter como protagonista um ator branco, Caio Blat. O cineasta negro já havia gerado polêmica ao liderar o movimento Dogma Feijoada, manifesto pela maior e melhor expressão da negritude no cinema.
O diretor explica que o roteiro de Bróder é consequência de um processo criativo que vem dos curtas, Distraída para a morte, Carolina (vencedor de três prêmios no Festival de Gramado 2003), Genesis 22, Narciso Rap e Jonas, só mais um. “A história traz o cotidiano dos meus amigos e das festas de minha família, por isso talvez seja um filme sobre afeto, amizade e amor”.
Filme
Filmado no Capão Redondo, grande bairro da zona sul de São Paulo que costuma ser associado a altos índices de criminalidade, “Bróder”, primeiro longa do cineasta paulistano, promete incendiar a discussão sobre a questão negra no Brasil.
Jefferson conta que quando enviou o roteiro a Caio Blat, ele respondeu dizendo: “muito obrigado, eu sempre quis ser negro”. O personagem que o ator interpreta, o Macu, é um menino branco que tem certeza que é negro, tem um padrasto negro, seus melhores amigos são negros, toda a cultura em seu entorno é fortemente afro-brasileira.
“A negritude é um tema amplamente debatido em vários meios. Porém, o conceito de branquitude é ainda muito recente para nós. Bróder não se presta a concluir o que é ser branco no Brasil, mas me fez pensar: quem é branco no Brasil” quem é negro?. Isto pode parecer confuso para alguns, embora os porteiros, a polícia, os cineastas, os publicitários sabem muito bem que nós somos. Então, no filme, eu coloquei um menino branco dizendo Eu sou negão! para ver o que acontecia. O resultado ficou interessante”, ressalta o diretor.
Assessoria de Imprensa da FCP