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Brasil e Senegal estreitam laços culturais
Charles Akibodé (E), Hamady Bocoum, Zulu Araújo e Elisio Lopes Foto: Maria Paula Andrade
Do conjunto de propostas a serem inseridas no documento, consta a estruturação de alguns critérios para a participação no III Festival Mundial das Artes Negras (Fesman), com o objetivo específico de definir a imagem que o Brasil deseja divulgar, sem intermediários, uma vez que, como explicou Hamady Bocoum, a visão que os senegaleses têm do País é através de lentes européias.
DISTÂNCIAS – Os efeitos do excesso de “atravessadores culturais” podem ser medidos pelo tempo de viagem aérea entre Brasília e Dakar (respectivamente, a capital brasileira e a senegalense). Tecnicamente passível de ocorrer em 6 horas, a travessia é realizada em 36 horas – o que dá a dimensão das distorções decorrentes da intermediação cultural, que se estendem ao plano simbólico das representações.
Outros pontos que deverão constar do protocolo é o intercâmbio de técnicos, visando inventariar o patrimônio imaterial dos dois países; e de estudantes, uma vez que a formação de jovens é um dos principais focos dos governos do Senegal e do Brasil. Ainda durante a visita, Hamady Bocoum elogiou a política de economia de papel da Palmares – um indício de prática coerente com o discurso de sustentabilidade do governo brasileiro.
– Trabalharemos para que esta visita seja a primeira de uma série de atividades de um intercâmbio intenso e denso entre os dois países, pontuou, ao final, o presidente da Palmares.
Do encontro participaram, também, Elisio Lopes, diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira, e Charles Akibodé, Diretor Científico da Candidatura da Cidade Velha a Patrimônio da Humanidade, Cabo Verde.