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Bembé do Mercado e Boi Bumbá: Patrimônios Culturais do Brasil
Em menos de um mês duas importantes manifestações culturais se tornaram Patrimônios Culturais do Brasil: o tradicional Bembé do Mercado, no Estado da Bahia, e o Boi Bumbá, do Médio Amazonas e Parintins. Por essa razão, junho de 2019 é um marco, momento raro em que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) realiza tão importantes ações públicas para salvaguardar o patrimônio imaterial brasileiro em um período tão curto de tempo.
Boi Bumbá – O Ministério da Cidadania entregou no último dia 28 o certificado de Patrimônio Cultural do Brasil aos responsáveis pela manifestação cultural. O reconhecimento foi feito no Bumbódromo, durante a última edição da Festa. De acordo com Wilson Lima, governador do Amazonas, o título vem para fortalecer uma tradição já centenária. “É um diferencial que eleva a importância do Festival e que vai impulsionar o turismo, trazendo desenvolvimento econômico”, disse.
O presidente do boi-bumbá Caprichoso, Babá Tupinambá, destaca que o certificado é uma honra. “Muito nos orgulha, pois, valoriza o nosso trabalho. Vai contribuir para a divulgação do nosso folclore, não só na região amazônica, mas no Brasil e no mundo”. Fábio Cardoso, presidente do boi-bumbá Garantido, acredita que é um investimento. “A festa deu identidade ao maior estado do Brasil e cada vez mais ficamos estimulados a inovar para esse evento que tanto orgulha o país”, completa.
Bembé do Mercado – O encontro considerado o maior candomblé de rua do planeta surgiu em Santo Amaro da Purificação – Recôncavo Baiano – em 1889. A cada ano, a festa religiosa reúne mais de 40 terreiros para celebrar a Abolição da Escravatura. Desde 2012 o evento é titulado como Patrimônio Imaterial da Bahia e, no ano em que realiza sua edição de 130 anos de existência, recebe o título de Patrimônio Cultural do Brasil.
A presidente do Iphan, Kátia Bogéa, explica que a celebração compreende uma multiplicidade de sentidos a ser entendida e vivida de várias maneiras. “É um movimento que integra seus diversos agentes em suas histórias de vida, à cidade e para fora dela, razão pela qual é considerada uma celebração única”, afirma.
Hermano Queiroz, diretor do Departamento do Patrimônio Imaterial (DPI) do Iphan, diz que a partir de agora será feito um Plano de Salvaguarda de longo prazo entre o Iphan e outros órgãos municipais, estaduais e federais, para que se garanta a manutenção dos costumes que foram, que são e que ainda serão transmitidos de geração para geração.