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Artista usa obras para combater racismo
Michael Jackson, Cartola, Taís Araújo, Lázaro Ramos, Denzel Washington, Zezé Motta, Gilberto Gil, Pelé, Daiane dos Santos, Ruth de Souza, Zumbi dos Palmares, Nelson Mandela. Personalidades de diversas épocas e áreas compõem a exposição Ícones Negros – História e Cultura Afro-Brasileira sob o Olhar de Selvo Afonso. A mostra, realizada pela Associação Pérola Negra, com supervisão de Marilena da Silva e apoio da Fundação Cultural Palmares (FCP), poderá ser vista de desta quarta-feira, 4 de outubro, a 12 de outubro, no Salão Ivandro da Cunha Lima, no Congresso Nacional, em Brasília. O evento será aberto às 10h e faz parte das comemorações da Fundação Palmares para o Dia da Consciência Negra (20 de novembro).
São 37 obras, com a técnica acrílico sobre tela. Todos os quadros têm a mesma medida e foram produzidos na vertical para facilitar a visualização. O artista plástico goiano Selvo Afonso conta que se baseou, essencialmente, em retratos para criar suas pinturas. “Exceto alguns personagens mais antigos, como Zumbi dos Palmares, nos quais me vali de uma licença poética, a referência ficou com as fotografias. Por serem retratos, procurei mudar os enfoques, como o close ou a cor, para o trabalho não ficar monótono. Com Machado de Assis, por exemplo, usei um tom sépia para remeter à época”, revela o pintor.
Selvo diz que começou a se envolver com representação de pessoas negras na época da faculdade de Artes Visuais, há 40 anos. “Uso essa expressão para combater o racismo e o preconceito. Sigo uma temática que retrata o afro-brasileiro de forma bela, altiva e sem tristeza, jamais em posição de inferioridade”, afirma. Na opinião do goiano, de forma geral, a arte brasileira ainda trata o negro de forma desigual e com estereótipos.
Depois de Brasília, a exposição segue para três espaços em Goiânia. De 1 a 10 de novembro, estará na Câmara Municipal de Vereadores e de 11 a 21 do mesmo mês, na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás. Em fevereiro de 2018, vai para o Museu de Arte de Goiânia (MAG). “O conceito dessa mostra não apresenta cunho comercial e sim cultural, com forte teor educativo”, define o artista.