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ARTE DIVINA
O nome do grande artista barroco Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho, passou a integrar honrosamente, em 08 de fevereiro de 2022, a galeria de Personalidades Notáveis Negras da Fundação Cultural Palmares. Aleijadinho foi de um talento ímpar. Escultor, entalhador, carpinteiro e arquiteto, ele é o maior expoente do barroco mineiro.
Filho do mestre de obras e arquiteto português Manuel Francisco Lisboa e de Isabel, uma mulher africana escravizada. Aleijadinho demonstrou seu talento ainda jovem, pois começou a esculpir ainda criança, em grande parte incentivado pelo trabalho do pai. Portanto, desde criança, seu imaginário já foi povoado pela religiosidade – e seus primeiros estudos de letras, latim e música foram com padres de Vila Rica.
Sua condição de mestiço foi um empecilho para o reconhecimento de seu talento. Um exemplo disto é o fato de que não lhe foi permitido assinar muitas de suas obras e nem os respectivos registros de pagamento.
De qualquer modo, o talento se sobressaiu. Tanto é que em 1858 surge a primeira biografia de Aleijadinho, escrita por Rodrigo José Ferreira Bretas. Com esta biografia, ficamos sabendo que o artista era “pardo-escuro, tinha voz forte, a fala arrebatada, e o gênio agastado: a estatura era baixa, o corpo cheio e mal configurado, o rosto e a cabeça redondos, e testa volumosa, o cabelo preto e anelado, o da barba cerrado e basto, a testa larga, o nariz regular e algum tanto pontiagudo, os beiços grossos, as orelhas grandes, e o pescoço curto”. Sobre sua vida pessoal pouco se sabe, embora tenha sido registrado que gostava de “danças vulgares” e de comer bem, no qual teve um filho com Narcisa. O apelido “Aleijadinho” nasceu a partir de 1777, quando foi atacado por uma doença degenerativa e deformadora.
A maioria da produção de Aleijadinho tem como tema central a religiosidade cristã. O roteiro clássico para conhecer sua obra inclui as cidades mineiras de Ouro Preto (antiga Vila Rica); Tiradentes; São João Del Rei; Mariana; Sabará e Congonhas do Campo. O artista faleceu no dia 18 de novembro de 1814 em Ouro Preto. Seu corpo foi sepultado na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, no bairro de Antônio Dias, junto ao altar da Confraria de Nossa Senhora da Boa Morte.
Por Fundação Cultural Palmares