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ARENA BRASIL: Mulheres homenageadas com show
O show Cinco ritmos brasileiros encerrou a programação cultural comemorativa da posse de Dilma Rousseff
Por Joceline Gomes
Fernanda Takai, Zélia Duncan, Mart’nália, Gaby Amarantos e Elba Ramalho encerraram, com um grande show, as atividades cívico-culturais que celebraram a posse da primeira presidenta do País, Dilma Rousseff, neste histórico dia primeiro de janeiro. Os grandes nomes da música popular brasileira ocuparam o palco principal do Arena Brasil, projeto idealizado e executado pela Fundação Cultural Palmares, em parceria com o Ministério da Cultura.
Os shows começaram após a cerimônia de posse, e emocionaram o público de aproximadamente 30 mil pessoas, que cantaram e vibraram a cada canção. Fernanda Takai iniciou as apresentações. Sua voz suave e seu repertório romântico acalmaram os ânimos, até que os primeiros acordes de Sobre o Tempo, clássico de sua banda, Pato Fu, levantasse a plateia, que cantou em uníssono a música inteira.
Fernanda chamou então Zélia Duncan ao palco, para juntas cantarem Eu sei, da Legião Urbana, homenagem a uma das principais bandas de Brasília. Zélia prosseguiu sua apresentação e seu timbre marcante ainda iria homenagear outra artista que se destacou na capital federal. “Ela também era poderosa e com certeza também está aqui” e puxou Segundo Sol, eternizada por Cássia Eller.
Mart’nália e sua irreverência não se abalaram sequer com o uso da muleta, que era erguida, derrubada e deixada de lado a todo momento. Ela e Zélia Duncan cantaram Lero, Lero, de Rita Lee, num descontraído dueto. Sozinha no palco, Mart’nália rebolava, sambava e brincava com o público. Aquarela Brasileira, clássico de Silas de Oliveira, começou com um ritmo lento e culminou com um samba acelerado, que esquentou o frio e fez o público esquecer a garoa que caía sobre Brasília.
Mas o show era sobre mulheres, e Mart’nália não podia deixar de citar o fato. “Essa daqui é uma homenagem à Dilma” e convidou Gaby Amarantos para cantarem juntas Mulheres. A “Beyoncé do Pará” não deixou a energia diminuir e continuou colocando a plateia para dançar ao som do Tecnobrega, ritmo típico de seu estado. A surpresa foi Maria Maria, de Milton Nascimento, que ganhou uma versão dançante na voz da paraense.
EMOÇÃO – O show contou ainda com alguns efeitos pirotécnicos, como fumaça, jogos de luzes coloridas e, inclusive, uma bazuca de fitilhos vermelhos, que Gaby disparou na direção da platéia após cantar Vermelho. Sua emoção era evidente. “O governo Dilma já começou bem, respeitando e valorizando a diversidade. É lindo ver uma mulher como presidente; é mais lindo ainda ver os homens aplaudindo”, disse.
Sandália de Prata, de Ary Barroso, foi a canção do animado dueto entre Elba Ramalho e Gaby Amarantos, que reverenciava a diva paraibana enquanto dançava. Elba cantou seus clássicos De volta pro aconchego e Banho de cheiro, levando o público ao êxtase. Entre as duas, homenageou o irmão, Zé Ramalho, com Chão de Giz, entoada por toda a Praça dos Três Poderes, onde foi montado o palco principal. O som da sanfona de Na base da chinela, fazia a diva rebolar e rodopiar com seu lindo vestido brilhante. Ao final do show, a plateia gritava por mais.
VIVA DILMA – O apresentador Marcos Frota veio se despedir do público com um discurso sobre paz e diversidade cultural. “Hoje celebramos a diversidade brasileira, essa festa reuniu grandes talentos e mostrou o que temos de melhor”, afirmou. O ator convidou ao palco o presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo, que deu uma rápida e animada declaração: “Que a gente tenha um 2011 tão feliz quanto foi o governo Lula. Tenho certeza de que, depois de hoje, o Brasil jamais será o mesmo. Viva o Presidente Lula, viva a Presidenta Dilma!”.
Após os aplausos do público, Zulu Araújo chamou o encontro de Fernanda Takai e Gaby Amarantos, que ensinou a coreografia de Sinhá Pureza, versão do carimbó paraense. Fernanda ensaiou uns passos tímidos, mas cantou a letra completa, no que foi seguida por todas as cantoras, que subiram ao palco e também entraram no clima. Em seguida, todas cantaram juntas É hoje, de Didi e Maestrinho, fechando o grande espetáculo da democracia com uma linda homenagem às mulheres brasileiras. Num dia significativo na história do Brasil, este grande show também entrou para a história.