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Antonieta Barros foi a primeira mulher negra eleita deputada estadual
Texto e arte: Walisson Braga
Imagens: Arquivo
Antonieta de Barros teve um papel fundamental na história brasileira. Ela foi a primeira mulher negra a fazer parte da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, ocupando um espaço inusitado, em um período em que a Abolição da Escravidão ainda era recente. Jornalista, educadora e ativista, nasceu há exatamente 117 anos, no dia 11 de julho de 1901.
Antonieta de Barros começou a trabalhar como jornalista na década de 1920, criando e dirigindo em Florianópolis, onde nasceu, o jornal A Semana, mantido até 1927. Na mesma década, dirigiu o periódico Vida Ilhoa, também na capital catarinense. Como educadora, fundou o Curso Antonieta de Barros, que dirigiu até a morte, além de ter lecionado em outros três colégios.
Antonieta manteve intenso intercâmbio com a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino e, na primeira eleição em que as mulheres brasileiras puderam votar e receberem votos, filiou-se ao Partido Liberal Catarinense, que a elegeu deputada estadual, em 1934. Tornou-se, desse modo, a primeira mulher negra a assumir um mandato popular no Brasil, trabalhando em defesa dos direitos das catarinenses e da educação. Uma das suas bandeiras foi a concessão de bolsas de estudo nas universidades para alunos carentes.
A célebre personagem participou como constituinte do estado em 1935, relatando os capítulos sobre educação, cultura e funcionalismo da Carta. A parlamentar atuou na Assembleia Legislativa até 1937, ano em que começou a ditadura de Getúlio Vargas no Estado Novo. Com o fim do regime, se candidatou novamente a deputada estadual pelo Partido Social Democrático, sendo eleita em 1947. Antonieta de Barros morreu no dia 18 de março de 1952, aos 50 anos de idade.