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Afrolatinas – Cultura como valorização dos saberes tradicionais
Organizadoras, palestrantes e participantes do evento em momento de confraternização
O 5º Festival da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha promoveu, nesta quarta-feira (25), uma mesa de debate sobre Cultura. O evento contou com as presenças de Makota Baldina, Verônica Nairóbi, a educadora Renata Felinto, a escritora Cristiane Sobral e Margot Ribeiro do Instituto Cultural Congonaia, como mediadoras do tema.
Verônica Nairóbi, representante da Fundação Cultural Palmares (FCP) Bahia/Sergipe defendeu a importância da cultura afrodescendente como referência histórica e estratégia de luta por políticas públicas direcionadas em raça, gênero e juventude. Para ela, as manifestações culturais negras como a culinária, a dança, a capoeira e a música, por exemplo, devem se apoiar no empreendedorismo para transpor as barreiras da resistência que sofrem. “Precisamos saber usar os nossos saberes tradicionais para estimular o fortalecimento e a afirmação da cultura brasileira”, afirma.
Nairóbi lembrou também a importância da celebração do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado em 25 de julho. Instituído pela Organização das Nações Unidas a data foi escolhida como marco internacional da luta e resistência da mulher negra. O objetivo é ampliar e fortalecer as organizações de mulheres negras, construir estratégias para a inserção de temáticas voltadas para o enfrentamento ao racismo, sexismo, discriminação, preconceito e demais desigualdades raciais e sociais.
A Makota Baldina acredita na importância da mulher negra, das religiões de matriz africana e dos quilombos como espaço de resistência. “Precisamos fomentar a visibilidade das parteiras, benzedeiras, ekedis, engomadeiras, entre outras, e resgatar o que realmente somos para que as novas gerações utilizem as tecnologias em benefício do que é ser negro”.
A escritora Cristiane Sobral falou da valorização do Teatro Negro Brasileiro. O primeiro grupo de teatro de fundo ideológico negro no Brasil, idealizado e implantado por Abdias Nascimento, em 1944, aparece como uma das ferramentas de organização política para atividades de militância e afirmação da identidade negra. “As companhias teatrais não contemplam nossa ancestralidade. A perspectiva estética não me ilude, devemos continuar na perspectiva de luta empreendida pelo movimento negro”.
Cristiane defende ainda a inserção da cultura negra dentro das instituições de ensino com o objetivo de realizar um trabalho de conscientização que una cultura e educação para alunos e professores.
O Afrolatinas reunirá até o próximo domingo 29 de julho uma série de shows, debates, palestras, lançamentos literários e feira de afro-negócios.